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26/07/2006 - 20h50

Premiê de Israel descarta ofensiva de longa duração no Líbano

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da France Presse, em Jerusalém
da Folha Online

A atual ofensiva de Israel no Líbano "não vai durar meses", afirmou nesta quarta-feira o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, durante uma viagem pelo norte do país, alvo de uma incessante onda de ataques com foguetes pelo grupo terrorista libanês Hizbollah.

"A operação não vai durar meses, embora esteja se ampliando mais do que tínhamos previsto", disse Olmert, de acordo com uma nota da Presidência do Conselho de Ministros divulgada em Jerusalém.

O premiê declarou, porém, não ter a "intenção" de informar quando terminará a ofensiva, deflagrada em 12 de julho, após a captura de dois soldados israelenses.

Na noite desta quarta-feira, Olmert convocou uma reunião do conselho para analisar a situação no país, em um dia em que nove militares israelenses morreram nos combates com o Hizbollah no sul do Líbano, perto da fronteira com Israel.

Um oficial israelense morreu no setor de Marun al Ras, no sul do Líbano, o que elevou para nove o número de militares mortos nesta quarta-feira durante os combates com o Hizbollah nesta região do país, anunciou uma porta-voz do Exército de Israel.

O oficial morreu pelo disparo de um foguete antitanque, sendo que outros três militares ficaram feridos, acrescentou a porta-voz.

Oito militares do Regimento de Infantaria de Elite, entre eles três oficiais, morreram nos violentos confrontos com o Hizbollah em Bint Jbeil, a oeste de Marun al Ras, e outros 22 ficaram feridos.

Os combates na fronteira israelo-libanesa se intensificaram nesta quarta-feira simultaneamente à reunião mantida em Roma por chefes da diplomacia internacional que não conseguiram chegar a um acordo para exigir um cessar imediato das hostilidades na região, principalmente após a morte de quatro observadores da ONU num bombardeio israelense.

Os combates entre o Exército de Israel e o Hizbollah continuam em Bint Jbeil, no sul do Líbano. Em Tiro, ao menos 55 civis, entre eles muitas crianças, continuam debaixo dos escombros de suas casas destruídas pelos bombardeios israelenses.

Apesar da condenação internacional ao ataque israelense que, na terça-feira matou quatro observadores da ONU, Israel continuou nesta quarta-feira com suas operações perto do posto da organização no sul do Líbano.

O ataque da véspera foi condenado por vários países e principalmente pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, agravando as já tensas relações de Israel com o organismo internacional.

No total, o conflito já provocou a morte de mais de 400 libaneses e provocou o êxodo de populações inteiras.

Investigação

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, defendeu nesta quarta-feira a participação de especialistas das Nações Unidas na investigação que o governo israelense vai realizar sobre o ataque que matou quatro observadores da ONU no sul do Líbano, informou uma porta-voz da organização.

Annan reiterou sua posição de que o ataque israelense contra a Força Internacional das Nações Unidas no Líbano (Unifil, na sigla em inglês) foi deliberado, apesar de aceitar as desculpas do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, que disse que a ação militar foi um "erro trágico".

A porta-voz da ONU, Marie Okabe, disse que Annan acredita que a ofensiva foi "deliberada", com base no tipo de armamento disparado e nos sucessivos ataques contra a Unifil.

"A base já tinha recebido ataques em suas cercanias, apesar dos repetidos protestos e pedidos da ONU a Israel. O tipo de ataque que aconteceu implica em que alguém determinou o alvo", disse Okabe.

Apesar disso, a porta-voz disse que Annan não responsabiliza "ninguém concretamente" pela ofensiva e recebeu positivamente a decisão do governo israelense de iniciar uma investigação.

Os observadores da ONU mortos ontem em ataque de Israel --que lançou mais de 14 bombas à região onde ficava o posto da organização, no sul do Líbano-- enviaram dez avisos sobre sua localização e pedidos de cuidado ao Exército israelense seis horas antes de serem atingidos por um míssil certeiro, segundo oficial das Nações Unidas citado pela CNN.

O prédio Unifil ficou destruído e três dos quatro corpos das vítimas foram retirados dos escombros na manhã desta quarta-feira.

Cúpula

Ministros das Relações Exteriores de 15 países participantes da conferência internacional sobre o Líbano, realizada nesta quarta-feira em Roma, pediram a formação urgente de uma força internacional sob o mandato da ONU (Organização das Nações Unidas) para dar assistência à população libanesa. Apesar disso, eles não chegaram a nenhum acordo para exigir um cessar-fogo imediato.

Os pontos principais do documento final do encontro são a intenção de resolver a questão entre Israel e Líbano e o desejo de trabalhar por um cessar-fogo "durável e permanente", mas não há definições, nem prazos.

A reunião foi ofuscada pela morte de quatro observadores da ONU em ataque de Israel ontem, quando mais de dez bombas caíram ao redor do prédio da organização. O ataque foi criticado pela ONU e gerou mal-estar entre o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e o governo israelense.

A crise entre Israel e Líbano teve início no último dia 12, após o grupo terrorista libanês Hizbollah seqüestrar dois soldados israelenses. A violência já deixou 400 mortos no Líbano, a maioria civis, e cerca de 40 mortos em Israel.

Nesta terça-feira, o Exército de Israel anunciou a criação de uma "zona de segurança" no sul do Líbano, que deverá ser monitorada pelos israelenses até que tropas internacionais assumam o controle. O ministro israelense da Defesa, Amir Peretz, disse que o território da "faixa de segurança" [no sul do Líbano e por toda a extensão da fronteira de Israel] será controlado indefinidamente.

O encontro em Roma teve a participação de países da União Européia, de países árabes, dos Estados Unidos e da Rússia. Israel, Irã e Síria não participaram. A reunião foi sugerida pela secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, que teve reuniões com autoridades libanesas, israelenses e palestinas, nos últimos dois dias.

Com agências internacionais

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