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27/07/2006 - 14h20

Israel mantém ataques; Líbano prevê mais de 600 mortos

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da Folha Online

Aviões e artilharia israelenses realizaram novos ataques contra o grupo terrorista Hizbollah no sul do Líbano nesta quinta-feira, mesmo dia em que o governo libanês anunciou que os mortos na ação militar --que já dura 16 dias-- podem passar de 600.

Segundo o ministro libanês da Saúde, Mohammad Khalifeh, hospitais receberam 401 corpos de pessoas mortas no conflito e entre 150 a 200 corpos ainda não foram recolhidos.

"Há cerca de 150 a 200 corpos debaixo de escombros. Ainda não conseguimos retirá-los porque as áreas onde foram mortos ainda estão sendo bombardeadas", afirmou Khalifeh.

Entre as vítimas --em sua maioria civis-- estão sete brasileiros e quatro observadores da ONU. A crise teve início em 12 de julho, depois que o Hizbollah seqüestrou dois soldados e matou oito em um posto militar da fronteira. Outras 50 pessoas morreram em Israel --18 delas civis.

Além dos mortos, ao menos 1.788 pessoas ficaram feridas nos confrontos, segundo o ministro.

O governo israelense decidiu hoje intensificar os ataques aéreos e limitar ofensivas terrestres para deter o lançamento de foguetes do Hizbollah contra territórios israelenses e libertar os dois soldados seqüestrados. A ação de Israel visa forçar os membros do Hizbollah a deixar a região da fronteira e dar fim aos ataques com foguetes contra territórios israelenses.

Nesta quinta-feira, aviões israelenses atingiram uma estrada da região de Rayak, a poucos quilômetros da fronteira entre o Líbano e a Síria, nesta quinta-feira, ferindo dois soldados e um civil. Cerca de 30 ataques aéreos foram realizados em Iqlim al Tuffah, região onde o Hizbollah mantém bases e escritórios, segundo testemunhas. Os ataques --que alvejaram casas vazias pertencentes ao grupos e estradas da região-- deixaram um número indeterminado de vítimas.

A força aérea de Israel também atacou alvos perto da cidade de Nabatiyeh, ferindo ao menos três pessoas. Um míssil atingiu um prédio de quatro andares pertencente ao movimento xiita Amal em Tiro. Ontem, um outro ataque atingiu um prédio de sete andares na mesma cidade.

Segundo a TV libanesa, aviões de Israel também bombardearam uma base militar em Aamchit, a 50 quilômetros de Beirute, e destruíram uma antena pertencente à rádio libanesa.

De acordo com fontes militares israelenses, o alvo do ataque era uma estação utilizada pelo Hizbollah para ataques contra Israel, como um contra uma embarcação de lançamento de mísseis ocorrido em 14 de julho. Quatro soldados israelenses morreram no ataque.

Foguetes

Dezenas de foguetes lançados pelo Hizbollah atingiram cidades do norte de Israel nesta quinta-feira, ferindo ao menos uma pessoa, segundo os serviços de emergência.

Entre as cidades atingidas, estão Safed, Rosh Pina e a cidade de Shlomi, na região da fronteira.

Desde o início dos confrontos, o Hizbollah lançou mais de 1.400 foguetes contra Israel.
Nesta quarta-feira, o líder do Hizbollah, xeque Hassan Nasrallah, disse que o combate contra Israel entrou em nova fase e que o grupo não aceitará condições "humilhantes" para chegar a um cessar-fogo.

Nasrallah também voltou a dizer que as incursões no sul do Líbano não conseguirão deter o lançamento de foguetes Katyusha contra o território de Israel, alegando que o conflito se dirige agora diretamente a Haifa [cidade israelense e principal alvo do Hizbollah].

ONU

Ontem, quatro observadores da ONU morreram após o lançamento de 14 bombas de Israel contra um posto da organização. Seis horas antes dos ataques, a ONU enviou dez avisos sobre sua localização e pedidos de cuidado ao Exército israelense, segundo a rede de TV CNN.

Os quatro observadores mortos ontem eram militares de nacionalidade chinesa, finlandesa, canadense e austríaca. Nesta quarta-feira, a China condenou o ataque. Annan pediu uma investigação urgente sobre as condições do ataque. O mesmo fizeram União Européia (UE) e os países diretamente ligados às vítimas.

Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mark Regev, afirmou que o ataque seria 'investigado seriamente' e defendeu o Exército, alegando que seus soldados sempre tomam medidas para evitar bombardeios contra observadores da ONU que atuam no Líbano.

O premiê de Israel, Ehud Olmert, telefonou ao líder da ONU, Kofi Annan, para dizer que "lamentava profundamente as mortes e o erro ocorrido".

Al Qaeda

O médico egípcio Ayman al Zawahiri --considerado o "braço-direito" do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden-- afirmou em um vídeo divulgado nesta quinta-feira que o grupo "não irá se calar" diante dos ataques de Israel em Gaza e no Líbano.

Foi a primeira reação da Al Qaeda às ofensivas que Israel iniciou os ataques, em 25 de junho e 12 de julho, em conseqüência dos seqüestros de soldados israelenses.

Em gravação divulgada na rede de TV árabe Al Jazira, Al Zawahiri que o Hizbollah e os grupos terroristas palestinos que confrontam Israel em Gaza não serão detidos com cessar-fogo.

Al Zawahiri afirmou ainda que os foguetes e mísseis que atingem Gaza e o Líbano "não são apenas armas de Israel, mas são financiadas pelos países da coalizão cruzada". e que, por isso, "todos os países que participarem [dos ataques] pagarão seu preço".

Com agências internacionais

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