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10/08/2006
-
19h50
da Folha Online
O governo do Paquistão afirmou nesta quinta-feira que colaborou com o Reino Unido para desbaratar o complô organizado com a finalidade de explodir vários aviões por meio de uma série de prisões, informou o ministério paquistanês de Relações Exteriores.
"O Paquistão desempenhou um papel muito importante na descoberta e desmantelamento desta rede terrorista internacional", declarou à agência France Presse a porta-voz da chancelaria, Tasnim Aslam.
"Houve várias detenções no Paquistão realizadas em coordenação com as prisões na Reino Unido", destacou a representante paquistanesa.
Aslam não informou, no entanto, o total de detidos, nem a data da operação, acrescentando que as prisões em solo britânico são resultado de "uma cooperação internacional ativa entre Paquistão, Reino Unido e Estados Unidos" que se desenvolveu "durante um certo período de tempo".
A polícia britânica prendeu nesta quinta-feira 24 pessoas suspeitas de envolvimento em um ataque terrorista de megaproporção --que envolveria dez aviões de grande porte e milhares de passageiros, informaram autoridades. Todos os suspeitos permanecem sob custódia da polícia antiterror e do MI5 (serviço de inteligência britânico).
Até o momento, não foram divulgados nome e nacionalidade dos detidos, e autoridades rechaçaram comentar a informações de que eles seriam britânicos nascidos no Reino Unido, mas com ascendência paquistanesa.
A idéia seria explodir simultaneamente aviões com destino aos Estados Unidos, usando bagagens de mão como instrumento de transporte para os explosivos.
Segundo a polícia, o plano foi elaborado por uma "rede terrorista internacional", supostamente ligada à Al Qaeda [de Osama bin Laden], e os alvos principais seriam vôos com destino a Nova York, Washington e Califórnia.
Explosões suicidas
O secretário norte-americano de Segurança Nacional, Michael Chertoff, afirmou que o complô incluía ataques suicidas coordenados. "O plano era ter múltiplas explosões suicidas no avião, basicamente ao mesmo tempo."
Uma fonte da inteligência americana, citada sob anonimato pela agência Reuters, disse que um teste sobre o atentado seria feito em cerca de dois dias, e que o ataque estava previsto para acontecer em "poucos dias".
O plano desarticulado hoje em Londres não incluía entre seus alvos cidades dos EUA, segundo autoridades americanas.
O anúncio foi feito, durante conferência por telefone com jornalistas, pelo subsecretário do Departamento de Segurança Nacional americano, Michael Jackson, e por Charles Allen, analista em assuntos de inteligência do referido órgão.
"Tratava-se de um plano para destruir vários aviões comerciais", acrescentou Allen, que, com Jackson, resumiu as medidas de segurança adotadas pelos EUA após a revelação das ameaças terroristas.
Enquanto isso, a rede de televisão americana ABC informou, em sua página de internet, que, para a explosão das aeronaves, os terroristas planejavam esconder explosivos, que "embarcariam" nos aparelhos em forma líquida ou de gel, em uma garrafa de bebidas isotônicas.
Citando fontes americanas anônimas, a ABC disse que os terroristas detonariam as garrafas com o flash de uma câmera fotográfica descartável ou outro dispositivo eletrônico.
Segundo a ABC, cinco supostos terroristas envolvidos na ação de hoje fugiram e estão sendo procurados no Reino Unido.
Já a rede CBS citou fontes americanas para afirmar que 22 dos 24 detidos são de origem paquistanesa, outro é de Bangladesh e o 24º é de origem iraniana.
Três dos supostos terroristas já foram identificados, segundo a emissora, e dois deles viajaram recentemente para o Paquistão.
Al Qaeda
O secretário norte-americano de Segurança Nacional, Michael Chertoff, disse que a operação sinaliza o envolvimento da Al Qaeda e aumentou o alerta de segurança para o índice máximo. O sistema de alerta para a segurança interna dos EUA entrou em vigor em março de 2002 e compreende cinco escalas, de diferentes cores, em ordem crescente de importância: verde, azul, amarelo, laranja e vermelho.
Segundo a CNN, o presidente dos EUA, George W. Bush, recebeu informações antecipadas sobre os ataques terroristas em preparação no Reino Unido.
Em declaração pública, Bush disse que as ameaças de hoje ao Reino Unido remetiam ao ocorrido nos EUA em 11 de setembro de 2001.
Após o anúncio do desmantelamento da ação terrorista, Reino Unido, EUA e países da Europa elevaram seu nível de alerta de segurança, alegando possibilidade iminente de atentado.
Aeroportos
Caos e confusão tomaram conta de vários aeroportos da Europa, gerando cancelamento e atraso de vôos, além de alteração nas medidas de segurança. Várias companhias aéreas cancelaram seus vôos no Reino Unido, especialmente no aeroporto londrino de Heathrow --que proibiu todos os pousos previstos para esta quinta-feira. A British Airways também cancelou a maioria de seus vôos com partida de Heathrow.
Autoridades britânicas pediram aos cidadãos que não alterem sua rotina e mantenham a calma.
Segundo declarações do ministro britânico do Interior, John Reid, apesar do bloqueio da operação classificada como "complexa e sem precedentes", e da prisão dos principais membros da rede terrorista, a tentativa de ataque [iniciada há meses] continua em andamento.
Segundo a polícia, a idéia dos terroristas era a de detonar artefatos construídos no Reino Unido, compostos por algum tipo de explosivo líquido, a exemplo dos utilizados nos ataques terroristas ao sistema de transportes londrino em 7 de julho de 2005, quando 52 pessoas morreram e mais de 700 se feriram.
Duas semanas depois, o brasileiro Jean Charles de Menezes foi assassinado pela polícia ao ser confundido com um terrorista.
Nesta quinta-feira, Reino Unido e Estados Unidos proibiram que pessoas entrem em aviões portanto bagagens de mão e recipientes com líquidos, como bebidas, loções, xampu, gel, entre outros.
Suspeitos
Todos os suspeitos foram capturados em Londres, arredores e em Birmingham (centro do país), segundo o subchefe de polícia Paul Stephenson. Ele também disse que os policiais impediram que terroristas cometessem um "ataque em massa e de alcance inimaginável".
Para chegar ao grupo, que teria braços internacionais, a polícia britânica investigou reuniões, viagens, gastos e um grande número de pessoas no Reino Unido e em outros países, de acordo com o chefe da polícia antiterrorismo Peter Clarke. Até o momento, o nome e a nacionalidade dos suspeitos não foram divulgados.
Com agências internacionais
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Paquistão prende suspeitos de envolvimento com plano de atentado
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O governo do Paquistão afirmou nesta quinta-feira que colaborou com o Reino Unido para desbaratar o complô organizado com a finalidade de explodir vários aviões por meio de uma série de prisões, informou o ministério paquistanês de Relações Exteriores.
"O Paquistão desempenhou um papel muito importante na descoberta e desmantelamento desta rede terrorista internacional", declarou à agência France Presse a porta-voz da chancelaria, Tasnim Aslam.
"Houve várias detenções no Paquistão realizadas em coordenação com as prisões na Reino Unido", destacou a representante paquistanesa.
Alessia Pierdomenico/Reuters |
Passageira coloca pertences de sua bagagem de mão em saco plástico, em Londres |
A polícia britânica prendeu nesta quinta-feira 24 pessoas suspeitas de envolvimento em um ataque terrorista de megaproporção --que envolveria dez aviões de grande porte e milhares de passageiros, informaram autoridades. Todos os suspeitos permanecem sob custódia da polícia antiterror e do MI5 (serviço de inteligência britânico).
Até o momento, não foram divulgados nome e nacionalidade dos detidos, e autoridades rechaçaram comentar a informações de que eles seriam britânicos nascidos no Reino Unido, mas com ascendência paquistanesa.
A idéia seria explodir simultaneamente aviões com destino aos Estados Unidos, usando bagagens de mão como instrumento de transporte para os explosivos.
Segundo a polícia, o plano foi elaborado por uma "rede terrorista internacional", supostamente ligada à Al Qaeda [de Osama bin Laden], e os alvos principais seriam vôos com destino a Nova York, Washington e Califórnia.
Explosões suicidas
O secretário norte-americano de Segurança Nacional, Michael Chertoff, afirmou que o complô incluía ataques suicidas coordenados. "O plano era ter múltiplas explosões suicidas no avião, basicamente ao mesmo tempo."
Uma fonte da inteligência americana, citada sob anonimato pela agência Reuters, disse que um teste sobre o atentado seria feito em cerca de dois dias, e que o ataque estava previsto para acontecer em "poucos dias".
Matt York/AP |
Mulher joga garrafa ao passar por área de segurança em aeroporto de Phoenix (EUA) |
O anúncio foi feito, durante conferência por telefone com jornalistas, pelo subsecretário do Departamento de Segurança Nacional americano, Michael Jackson, e por Charles Allen, analista em assuntos de inteligência do referido órgão.
"Tratava-se de um plano para destruir vários aviões comerciais", acrescentou Allen, que, com Jackson, resumiu as medidas de segurança adotadas pelos EUA após a revelação das ameaças terroristas.
Enquanto isso, a rede de televisão americana ABC informou, em sua página de internet, que, para a explosão das aeronaves, os terroristas planejavam esconder explosivos, que "embarcariam" nos aparelhos em forma líquida ou de gel, em uma garrafa de bebidas isotônicas.
Citando fontes americanas anônimas, a ABC disse que os terroristas detonariam as garrafas com o flash de uma câmera fotográfica descartável ou outro dispositivo eletrônico.
Segundo a ABC, cinco supostos terroristas envolvidos na ação de hoje fugiram e estão sendo procurados no Reino Unido.
Já a rede CBS citou fontes americanas para afirmar que 22 dos 24 detidos são de origem paquistanesa, outro é de Bangladesh e o 24º é de origem iraniana.
Três dos supostos terroristas já foram identificados, segundo a emissora, e dois deles viajaram recentemente para o Paquistão.
Al Qaeda
O secretário norte-americano de Segurança Nacional, Michael Chertoff, disse que a operação sinaliza o envolvimento da Al Qaeda e aumentou o alerta de segurança para o índice máximo. O sistema de alerta para a segurança interna dos EUA entrou em vigor em março de 2002 e compreende cinco escalas, de diferentes cores, em ordem crescente de importância: verde, azul, amarelo, laranja e vermelho.
Segundo a CNN, o presidente dos EUA, George W. Bush, recebeu informações antecipadas sobre os ataques terroristas em preparação no Reino Unido.
Em declaração pública, Bush disse que as ameaças de hoje ao Reino Unido remetiam ao ocorrido nos EUA em 11 de setembro de 2001.
Após o anúncio do desmantelamento da ação terrorista, Reino Unido, EUA e países da Europa elevaram seu nível de alerta de segurança, alegando possibilidade iminente de atentado.
Aeroportos
Caos e confusão tomaram conta de vários aeroportos da Europa, gerando cancelamento e atraso de vôos, além de alteração nas medidas de segurança. Várias companhias aéreas cancelaram seus vôos no Reino Unido, especialmente no aeroporto londrino de Heathrow --que proibiu todos os pousos previstos para esta quinta-feira. A British Airways também cancelou a maioria de seus vôos com partida de Heathrow.
Autoridades britânicas pediram aos cidadãos que não alterem sua rotina e mantenham a calma.
Segundo declarações do ministro britânico do Interior, John Reid, apesar do bloqueio da operação classificada como "complexa e sem precedentes", e da prisão dos principais membros da rede terrorista, a tentativa de ataque [iniciada há meses] continua em andamento.
Segundo a polícia, a idéia dos terroristas era a de detonar artefatos construídos no Reino Unido, compostos por algum tipo de explosivo líquido, a exemplo dos utilizados nos ataques terroristas ao sistema de transportes londrino em 7 de julho de 2005, quando 52 pessoas morreram e mais de 700 se feriram.
Duas semanas depois, o brasileiro Jean Charles de Menezes foi assassinado pela polícia ao ser confundido com um terrorista.
Nesta quinta-feira, Reino Unido e Estados Unidos proibiram que pessoas entrem em aviões portanto bagagens de mão e recipientes com líquidos, como bebidas, loções, xampu, gel, entre outros.
Suspeitos
Todos os suspeitos foram capturados em Londres, arredores e em Birmingham (centro do país), segundo o subchefe de polícia Paul Stephenson. Ele também disse que os policiais impediram que terroristas cometessem um "ataque em massa e de alcance inimaginável".
Para chegar ao grupo, que teria braços internacionais, a polícia britânica investigou reuniões, viagens, gastos e um grande número de pessoas no Reino Unido e em outros países, de acordo com o chefe da polícia antiterrorismo Peter Clarke. Até o momento, o nome e a nacionalidade dos suspeitos não foram divulgados.
Com agências internacionais
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