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21/08/2006 - 08h50

Crescem as críticas de reservistas contra comandantes israelenses

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da Efe, em Jerusalém
da Folha Online

Críticas de reservistas das Forças Armadas de Israel estão se multiplicando contra seus chefes, em razão dos conflitos ocorridos contra o grupo terrorista Hizbollah, sendo que alguns chegaram a dizer que foram impedidos de conseguir a vitória.

Esta última acusação foi feita por centenas de reservistas da divisão de infantaria Cabeça de Seta, que assim se manifestaram em carta enviada ao ministro da Defesa, Amir Peretz, e ao chefe das Forças Armadas, general Dan Halutz, e publicada nesta segunda-feira jornal "Maariv".

Os protestos acontecem principalmente pela "confusão nas ordens" de seus superiores, pela "indecisão" e mudança freqüente de missões em plena batalha, e até pelos erros no fornecimento de alimentos e água para as tropas, formando o centro da polêmica existente há uma semana, desde a entrada em vigor do cessar-fogo com o Hizbollah.

Peretz designou uma comissão de generais da reserva e um representante do setor civil para revisar as queixas e os erros, mas as crescentes denúncias podem obrigar o primeiro-ministro Ehud Olmert a solicitar uma investigação judicial.

As investigações deste tipo, que podem concluir com o processo dos responsáveis pelos erros, já ocorreram por causa de protestos similares após a Guerra de Iom Kipur (1973) [começou com ataques coordenados de Exércitos árabes na península do Sinai --tomada por Israel do Egito, em 1967-- e nas colinas do Golã --tomadas da Síria também em 1967] ou do Ramadã [mês sagrado dos muçulmanos], de 1973, e do massacre em 1982 de centenas de palestinos nas mãos de falangistas cristãos do Líbano nos campos de Sabra e Shatila, então sob controle do Exército israelense.

Sob a pressão da opinião pública e da imprensa, assim como dos partidos da direita, na oposição parlamentar, Olmert solicitou ao assessor jurídico do Poder Executivo, Menachem Mazuz, que exponha as atribuições que tem para investigar os erros.

Um das principais preocupações dos meios militares e políticos é "a fenda" que foi aberta na confiança dos soldados em relação a seus comandantes, destacou hoje o médico e brigadeiro general da reserva Efraim Sne, deputado do governo.

Sne foi um dos milhares de reservistas convocados quase de última hora, dias antes da proclamação do cessar-fogo, no último dia 14, para afastar os guerrilheiros do Hizbollah da fronteira entre Líbano e Israel.

Em entrevista à rádio pública, o reservista disse que a fenda aconteceu principalmente por causa da "indecisão das autoridades militares para iniciar as operações por terra" contra o Hizbollah.

A comissão que iniciou no sábado (19) a investigação do ocorrido, sob a presidência do general reformado Amnon Lipkin-Shajak, só poderá expor seu julgamento sobre a atuação dos chefes e recomendar a correção dos erros.

Uma comissão judicial de investigação, a cargo do presidente da Suprema Corte poderia gerar processos contra oficiais das Forças Armadas, o que significaria que os responsáveis pelos erros deveriam contratar advogados para sua defesa.

"Será investigado tudo e todos, pois não temos nada para esconder", afirmou o general Halutz, que se opõe a uma investigação judicial desse tipo, pois paralisaria as Forças Armadas.

Os contrários a uma investigação judicial alegam que com o risco de um "possível segundo turno" dos conflitos com o Hizbollah, segundo previu neste domingo na reunião do governo o ministro da Defesa Peretz, não seria apropriado que os chefes militares tenham de ocupar-se com suas defesas.

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