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31/08/2006
-
21h37
da Efe, em Havana
Raúl Castro completou nesta quinta-feira um mês como presidente interino de Cuba e fez as primeiras modificações ministeriais divulgadas publicamente desde que o líder cubano Fidel Castro delegou a chefia de governo a seu irmão na ilha.
O comandante Ramiro Valdés, figura histórica da Revolução Cubana, assumirá a pasta de Informática e Comunicações, de acordo com uma nota divulgada hoje pelo jornal "Granma", órgão oficial do Partido Comunista da ilha.
A nota indica que a proposta do Departamento Político do partido, o Conselho de Estado, decidiu promover Valdés e tirar do cargo o ministro Ignacio González Plana, "a quem outras tarefas serão atribuídas".
A escolha de Valdés foi recebida com "surpresa" pelos diplomatas consultados pela Efe, tendo em vista a suposta disputa histórica entre o Ministério do Interior, que Valdés liderou em duas oportunidades, e as Forças Armadas, dirigidas por Raúl Castro.
Para um analista, essa história "não passa de mito, e Valdés já é, há muitos anos, um empresário eficaz".
Em um país onde o simbolismo tem muita importância, Valdés, um dos três "comandantes da Revolução" --título honorífico que nem Raúl Castro tem-- que ainda estão vivos, foi o escolhido para protagonizar a primeira mudança ministerial desde 31 de julho.
Nesse dia, Fidel Castro informou que delegava seus poderes a seu irmão Raúl e a seis homens de sua confiança, após ter sido submetido a uma operação intestinal.
Praticamente desde o triunfo da revolta contra o regime de Fulgencio Batista, em 1959, Valdés exerceu cargos ministeriais.
Herói da República de Cuba, foi ministro do Interior desde a criação desse organismo, em junho de 1961, cargo que ocupou até 1968, e voltou a assumir a direção desse mesmo ministério em um segundo período, de 1979 a 1986.
Valdés acompanhou Fidel no frustrado assalto ao quartel de Moncada, em 26 de julho de 1953, em ação pela qual ficou preso até maio de 1955, e foi um dos rebeldes de Sierra Maestra, onde combateu seguindo ordens de Raúl Castro e do comandante Ernesto "Che" Guevara.
Deputado da Assembléia Nacional do Poder Popular por Artemisa, cidade onde nasceu há 74 anos, Valdés foi membro do Departamento Político entre 1975 e 1986 e vice-presidente dos Conselhos de Ministros e de Estado de 1976 a 1986.
A breve nota do "Granma" destaca que Valdés, que presidia a pasta de Ciência e Tecnologia, "conta com ampla experiência e bons resultados em seu trabalho".
Raúl manteve grande discrição durante o mês à frente da Presidência provisória do país e participou apenas de dois atos públicos oficiais: do recebimento do presidente venezuelano, Hugo Chávez, em 13 de agosto, e de um encontro com uma delegação síria no domingo passado.
Nas únicas declarações feitas até o momento, publicadas pelo "Granma" em 18 de agosto, Raúl lançou uma mensagem conciliadora aos EUA, retomando declarações de Fidel em 1986.
Nesta data, o líder da revolução disse que Cuba "não é contra discutir suas diferenças com os EUA e ir em busca de paz e melhores relações entre os dois povos".
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Raúl Castro completou nesta quinta-feira um mês como presidente interino de Cuba e fez as primeiras modificações ministeriais divulgadas publicamente desde que o líder cubano Fidel Castro delegou a chefia de governo a seu irmão na ilha.
O comandante Ramiro Valdés, figura histórica da Revolução Cubana, assumirá a pasta de Informática e Comunicações, de acordo com uma nota divulgada hoje pelo jornal "Granma", órgão oficial do Partido Comunista da ilha.
A nota indica que a proposta do Departamento Político do partido, o Conselho de Estado, decidiu promover Valdés e tirar do cargo o ministro Ignacio González Plana, "a quem outras tarefas serão atribuídas".
A escolha de Valdés foi recebida com "surpresa" pelos diplomatas consultados pela Efe, tendo em vista a suposta disputa histórica entre o Ministério do Interior, que Valdés liderou em duas oportunidades, e as Forças Armadas, dirigidas por Raúl Castro.
Para um analista, essa história "não passa de mito, e Valdés já é, há muitos anos, um empresário eficaz".
Em um país onde o simbolismo tem muita importância, Valdés, um dos três "comandantes da Revolução" --título honorífico que nem Raúl Castro tem-- que ainda estão vivos, foi o escolhido para protagonizar a primeira mudança ministerial desde 31 de julho.
Nesse dia, Fidel Castro informou que delegava seus poderes a seu irmão Raúl e a seis homens de sua confiança, após ter sido submetido a uma operação intestinal.
Praticamente desde o triunfo da revolta contra o regime de Fulgencio Batista, em 1959, Valdés exerceu cargos ministeriais.
Herói da República de Cuba, foi ministro do Interior desde a criação desse organismo, em junho de 1961, cargo que ocupou até 1968, e voltou a assumir a direção desse mesmo ministério em um segundo período, de 1979 a 1986.
Valdés acompanhou Fidel no frustrado assalto ao quartel de Moncada, em 26 de julho de 1953, em ação pela qual ficou preso até maio de 1955, e foi um dos rebeldes de Sierra Maestra, onde combateu seguindo ordens de Raúl Castro e do comandante Ernesto "Che" Guevara.
Deputado da Assembléia Nacional do Poder Popular por Artemisa, cidade onde nasceu há 74 anos, Valdés foi membro do Departamento Político entre 1975 e 1986 e vice-presidente dos Conselhos de Ministros e de Estado de 1976 a 1986.
A breve nota do "Granma" destaca que Valdés, que presidia a pasta de Ciência e Tecnologia, "conta com ampla experiência e bons resultados em seu trabalho".
Raúl manteve grande discrição durante o mês à frente da Presidência provisória do país e participou apenas de dois atos públicos oficiais: do recebimento do presidente venezuelano, Hugo Chávez, em 13 de agosto, e de um encontro com uma delegação síria no domingo passado.
Nas únicas declarações feitas até o momento, publicadas pelo "Granma" em 18 de agosto, Raúl lançou uma mensagem conciliadora aos EUA, retomando declarações de Fidel em 1986.
Nesta data, o líder da revolução disse que Cuba "não é contra discutir suas diferenças com os EUA e ir em busca de paz e melhores relações entre os dois povos".
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