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03/09/2006
-
20h19
ANTONIO MARTÍNEZ
da Efe, em La Paz
O governo de Evo Morales e a oposição boliviana ameaçam levar às ruas, a partir desta segunda-feira, o confronto que travam na Assembléia Constituinte em torno do processo de aprovação de medidas.
Morales pediu aos movimentos sociais, indígenas e sindicais que o apóiam que declarem "estado de emergência" para defender a mudança da Constituição e a nacionalização dos hidrocarbonetos.
Segundo o presidente boliviano, há uma "conspiração" da oposição para fazer fracassar os principais projetos de seu governo. Morales pediu aos setores populares e militares que "se mobilizem" para impedir que isso aconteça.
A oposição se retirou da Assembléia na última sexta-feira, depois que o governo aprovou em primeira instância que as decisões sejam aprovadas por maioria simples, em lugar dos dois terços determinados pela atual legislação.
Na segunda-feira, a oposição deverá se reunir na cidade de Santa Cruz para analisar a convocação de greves e novos protestos.
"Companheiros e companheiras, frente ao que está acontecendo em Sucre --capital constitucional do país e sede da Assembléia--, é necessário que todos nos declaremos em estado de emergência', disse Morales neste sábado em Huarina, povoado do norte do departamento de La Paz.
"Apenas com as Forças Armadas e as mobilizações sociais vamos recuperar todos os recursos naturais, não somente os hidrocarbonetos. A melhor garantia é o povo organizado legitimamente, junto às Forças Armadas", prosseguiu.
Tensão
A última semana foi marcada por greves, manifestações e bloqueios feitos por movimentos regionais, transportadoras, educadores e outros setores, e foi uma dos mais conturbadas desde que Morales assumiu o poder, em 22 de janeiro.
Na segunda-feira, o líder boliviano teve que demitir o principal executivo da companhia petrolífera estatal YPFB, Jorge Alvarado, acusado de assinar um contrato ilegal.
Pesquisas divulgadas na sexta-feira mostram que a popularidade de Morales caiu de 81% para 61% nos últimos meses.
A insistência do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Morales, em aprovar decisões na Constituinte sem respeitar os dois terços fixados pela legislação causou polêmica na sessão de sexta-feira da Constituinte, que resultou na retirada dos três maiores grupos opositores.
Na madrugada de sexta-feira, o líder dos constituintes do MAS, Romás Loayza, caiu no fosso do palco do teatro onde ocorrem as deliberações, e está em coma.
A imprensa local afirma que a Assembléia está "no limbo", e que a unidade do país está em risco. A Igreja Católica pediu prudência e reflexão aos constituintes.
A única notícia positiva para Morales nesta semana foi o recebimento do primeiro pagamento de US$ 32,3 milhões feito pelas empresas Petrobras, Repsol YPF e TotalFinaElf, referente a um imposto adicional fixado na nacionalização dos hidrocarbonetos, há quatro meses.
A oposição se aliou a governadores e comitês cívicos de departamentos que reivindicam mais autonomia. Nesta segunda-feira, o grupo estudará um modo de fazer frente ao que qualificam como uma tentativa de Morales de romper a legalidade vigente para dar um "autogolpe".
O vice-presidente do Comitê Cívico do departamento de Santa Cruz, Germán Castedo, disse à imprensa local que está sendo estudada a possibilidade de convocar uma greve.
Alberto Melgar, presidente do Comitê Cívico do departamento de Beni, disse que não descarta a greve. Segundo ele, os constituintes da região comparecerão à reunião de segunda-feira. "A Assembléia continuará funcionando, mesmo sem a presença dos opositores", disse o constituinte governista Raúl Prada. Até o momento, a oposição não anunciou uma retirada definitiva.
O parlamentar da oposição Guillermo Richter pediu o adiamento da sessão da Constituinte prevista para a segunda-feira, para que se "restabeleça uma linha de diálogo e se desfaça o clima de tensão."
Além dos 18 constituintes do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), outros 60 membros da aliança conservadora Poder Democrático e Social (Podemos) e oito da centrista União Nacional (UN) abandonaram a Assembléia. O MAS tem 137 dos 255 constituintes.
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da Efe, em La Paz
O governo de Evo Morales e a oposição boliviana ameaçam levar às ruas, a partir desta segunda-feira, o confronto que travam na Assembléia Constituinte em torno do processo de aprovação de medidas.
Morales pediu aos movimentos sociais, indígenas e sindicais que o apóiam que declarem "estado de emergência" para defender a mudança da Constituição e a nacionalização dos hidrocarbonetos.
Segundo o presidente boliviano, há uma "conspiração" da oposição para fazer fracassar os principais projetos de seu governo. Morales pediu aos setores populares e militares que "se mobilizem" para impedir que isso aconteça.
A oposição se retirou da Assembléia na última sexta-feira, depois que o governo aprovou em primeira instância que as decisões sejam aprovadas por maioria simples, em lugar dos dois terços determinados pela atual legislação.
Na segunda-feira, a oposição deverá se reunir na cidade de Santa Cruz para analisar a convocação de greves e novos protestos.
"Companheiros e companheiras, frente ao que está acontecendo em Sucre --capital constitucional do país e sede da Assembléia--, é necessário que todos nos declaremos em estado de emergência', disse Morales neste sábado em Huarina, povoado do norte do departamento de La Paz.
"Apenas com as Forças Armadas e as mobilizações sociais vamos recuperar todos os recursos naturais, não somente os hidrocarbonetos. A melhor garantia é o povo organizado legitimamente, junto às Forças Armadas", prosseguiu.
Tensão
A última semana foi marcada por greves, manifestações e bloqueios feitos por movimentos regionais, transportadoras, educadores e outros setores, e foi uma dos mais conturbadas desde que Morales assumiu o poder, em 22 de janeiro.
Na segunda-feira, o líder boliviano teve que demitir o principal executivo da companhia petrolífera estatal YPFB, Jorge Alvarado, acusado de assinar um contrato ilegal.
Pesquisas divulgadas na sexta-feira mostram que a popularidade de Morales caiu de 81% para 61% nos últimos meses.
A insistência do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Morales, em aprovar decisões na Constituinte sem respeitar os dois terços fixados pela legislação causou polêmica na sessão de sexta-feira da Constituinte, que resultou na retirada dos três maiores grupos opositores.
Na madrugada de sexta-feira, o líder dos constituintes do MAS, Romás Loayza, caiu no fosso do palco do teatro onde ocorrem as deliberações, e está em coma.
A imprensa local afirma que a Assembléia está "no limbo", e que a unidade do país está em risco. A Igreja Católica pediu prudência e reflexão aos constituintes.
A única notícia positiva para Morales nesta semana foi o recebimento do primeiro pagamento de US$ 32,3 milhões feito pelas empresas Petrobras, Repsol YPF e TotalFinaElf, referente a um imposto adicional fixado na nacionalização dos hidrocarbonetos, há quatro meses.
A oposição se aliou a governadores e comitês cívicos de departamentos que reivindicam mais autonomia. Nesta segunda-feira, o grupo estudará um modo de fazer frente ao que qualificam como uma tentativa de Morales de romper a legalidade vigente para dar um "autogolpe".
O vice-presidente do Comitê Cívico do departamento de Santa Cruz, Germán Castedo, disse à imprensa local que está sendo estudada a possibilidade de convocar uma greve.
Alberto Melgar, presidente do Comitê Cívico do departamento de Beni, disse que não descarta a greve. Segundo ele, os constituintes da região comparecerão à reunião de segunda-feira. "A Assembléia continuará funcionando, mesmo sem a presença dos opositores", disse o constituinte governista Raúl Prada. Até o momento, a oposição não anunciou uma retirada definitiva.
O parlamentar da oposição Guillermo Richter pediu o adiamento da sessão da Constituinte prevista para a segunda-feira, para que se "restabeleça uma linha de diálogo e se desfaça o clima de tensão."
Além dos 18 constituintes do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), outros 60 membros da aliança conservadora Poder Democrático e Social (Podemos) e oito da centrista União Nacional (UN) abandonaram a Assembléia. O MAS tem 137 dos 255 constituintes.
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