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Gilberto Dimenstein
gdimen@uol.com.br
  31 de outubro
  Urbanista vai virar novo guru
 
As urnas emitiram pelo menos uma grande mensagem, a principal lição a ser extraída: o aumento do poder das cidades e, por conseqüência, do prefeito.

Resultado do aprofundamento da democracia e da descentralização política, o cidadão vai, aos poucos, olhando com mais interesse para o que acontece ao seu redor e distanciando-se da esfera federal.

Nenhum lugar essa tendência é tão visível como São Paulo, vivendo no limiar da ingovernabilidade. A expectativa para a última debate entre Marta Suplicy e Paulo Maluf ganhou um ar de final de campeonato de jogo de futebol; a disputa virou assunto rotineiro de todos quase todo o tempo.

Não deveria existir nisso muita novidade. Natural que os cidadãos desse mais atenção ao cotidiano urbano, onde está a maioria das fontes de suas irritações. A maioria, porém, segundo as pesquisas, não se lembrava em quem votava para vereador, muito menos acompanha sua atuação.

Temática municipal era assunto menor. Alguém se candidatava a vereador basicamente para dar um salto para deputado; prefeito de cidades pequenas preparavam-se para virar deputado federal.

Prefeitura de São Paulo era pura e simplesmente trampolim ao governo estadual e, depois, presidência.

Os próprios jornais davam pouca atenção à cobertura do municípios. Os jornalistas políticos prestigiados estavam em Brasília ou cobriam o poder federal.

A formação política brasileira sempre privilegiou o poder central, fazendo dos cargos municipais a base da hierarquia; Brasília mandava e desmandava, definia e redefinia verbas.

Se até certo momento na história os bacharéis eram reverenciados na estrutura de poder, depois vieram os economistas, todos valorizados por sua influência em políticas públicas federais.

A atenção para a temática municipal veio para ficar. O que vai dar prestígio a mais uma categoria profissional: os urbanistas, aqueles de quem se esperam as soluções para que se viva numa cidade com mais prazer.

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