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Lúcio Ribeiro
lucio@uol.com.br
  31 de agosto
  Sou um zé mané

 
DE READING, INGLATERRA

Esta passagem rápida pelo estrangeiro me fez chegar à seguinte conclusão: me sinto um zé mané.

Não é difícil explicar.

Na minha humilde concepção de ser humano, entre as coisas que considero vitais para continuar existindo são, sem pestanejar, futebol e rock’n’roll (tirando os batidos itens tais como comida, água, amor, paz, família, amigos, cinema, sorvete Hagen Dasz etc.).

Pois bem. Começo pelo esporte das multidões (?!?).



É uma fórmula, dizem, que não serve para o país do futebol. Tem que ter semifinal e final. Emoção, entende?

Aí você pega a Copa João Havelange. Palmeiras x Corinthians, um dos maiores, mais sangrentos e comentados clássicos do nosso futebol: 1.800 pessoas.

Sábado passado na Inglaterra, adepta da tal fórmula desinteressante e sem emoção que é a de pontos corridos. Cerca de 4.069 pagantes testemunharam o Plymouth (11º colocado) bater o Mansfield (antepenúltimo) por 2 a 0.

Triste, né? Dois times merrecas terem mais que o dobro do público dos gigantes Palmeiras e Corinthians.

E se eu falasse que Plymouth e Mansfield disputam a QUARTA DIVISÃO, que tem uma média de público de 3.000 torcedores por jogo?

Agora o rock. O decantado maior festival que o Brasil vai abrigar, o Rock in Rio 3, até que enfim anunciou duas atrações que realmente interessam para um evento que tem rock no nome: Foo Fighters e R.E.M. (oba! e oba!).

Aí me vejo parado diante do palco principal do Reading Festival. Assistindo ao mesmo Foo Fighters. Sendo que antes aconteceram uns três shows ótimos (Asian Dub Foundation entre eles). E que depois ainda teria Primal Scream e Oasis. Num festival de três dias que é apenas um entre seis no verão britânico. Onde além do palco principal havia mais três palcos alternativos. Com umas 20 bandas/dia. E além do mais...

É. Na Inglaterra, me senti um zé mané.

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HOMENAGEM AO CAETANO VELOSO

Esse zé mané aí de cima é uma ode ao grande Caetano Veloso. Está sabendo da briga dele com D2, do Planet Hemp, nos bastidores do VMB, prêmio da MTV?

Parece que o D2, sabiamente, deu um cano na participação especial de um clipe do gênio da MPB, recentemente. Cara a cara na festa da MTV, Caetano e a mulher, Paula Lavigne, teriam chamado o D2 de "zé mané".

Tá na "Ilustrada" de hoje (quinta, 31). Zé mané, segundo o D2 imagina, deve ser o cara que não gosta de Caetano Veloso.

De novo, me sinto um zé mané. Mas dessa vez é com prazer.

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PROMOÇÃO DA SEMANA

Agora, valendo três cópias de "Alone with Everybody", o disco solo do Richard Ashcroft, do Verve, que está sendo lançado no Brasil pela Virgin.

Quando foi a última vez que você se sentiu um zé mané? Vale qualquer coisa, de briga com a namorada até... ter dado um cano bacana no Caetano Veloso.

E-mails para o D2, quer dizer, para mim, no lucio@uol.com.br.

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MAIS READING FESTIVAL

Pensou que eu não ia comentar mais nada do festival? Afinal, foram 12 horas diárias e ininterruptas de som na orelha.

Curto e grosso, alguns dos melhores e piores do Reading 2000:

Doves: canções fabulosas, inebriantes, em banda que parece veterana. Boa impressão.

Asian Dub Foundation: Sol brilhando, não muita gente, galera descompromissada. Mesmo assim, um som pesado, denso e ao mesmo tempo dançante. Sensacional.

Lúcio Ribeiro/Folha Imagem
O grupo cool anglo-indiano Asian Dub Foundation, que tocou antes do Foo Fighters no Reading Festival, na Inglaterra


The Bluetones: do pouco que vi/ouvi, chato.

Clinic: banda nova, tocam com máscara cirúrgica. Rock rápido, de levada segura.

Grandaddy: outra banda de cavaleiros solitários daquelas cidadezinhas americanas que inspiram a frase "eu tenho que dar o fora desse lugar". Banda irmã do Mercury Rev, prima do Flaming Lips, com um pé no alt-country. Maravilhoso.

Foo Fighters: a qualidade que se pode esperar de um cara que tocou no Nirvana. Dave Ghrol é o cara. É show-man, arrebenta na guitarra, enquanto Taylor Hawkins descia o braço na bateria. Problema sério. Rock in Rio, lá vamos nós.

Primal Scream: talvez o melhor show do festival, na minha opinião. Pesado, sacolejante, colorido, Bobby Gillespie endiabrado. Eletrônico ao extremo, com o rock’n’roll rasgando por baixo. Entendeu?

Oasis: o medo era as canções do disco novo não ficarem legal ao vivo. Não rolou. Ficaram boas demais. O resto quase não deu para ouvir o vocal. Umas 80 mil pessoas cantavam junto. É, os caras estão acabados...

JJ72: britpop rouco, bem bacana. Show ia caminhando normal, agradável, aí deu a louca no vocal/guitarra e o cara quebrou o instrumento no palco, batendo em tudo. Muito bom.

And You Know Us by The Trail of Dead: massacre da guitarra elétrica vinda de nenhum lugar mais, a não ser o Texas. Integrantes trocando de instrumentos, quebradeira tradicional no final. Genial.

Lúcio Ribeiro/Folha Imagem
Apresentação do And You Know Us by The Trail of Dead


The Delgados: alternando a ternura e o peso, a representação da nova cena escocesa faz show de primeira qualidade.

Idlewild: também da Escócia, outro show vigoroso adepta da vertente mezzo lírico, mezzo barulhento.

Terris: britpop da linha de Bluetones e Embrace, na maior parte do tempo sem muito mais a dizer.

Black Box Recorder: antes era um pop romântico descompromissado que interessava, agora estão meio deslumbrados, fazendo tipo. Assim, assim.

Beck: rock de arena, chocho. Chatíssimo.

Pulp: outro grande show do festival. O velho Jarvis Cocker contando pequenas "histórias do cotidiano" antes de cada canção. Emocionante.

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RESULTADO DA PROMOÇÃO DOS PIXIES

A apuração do voto aos melhores shows brasileiros foi capenga, devo confessar. Sabe como é, a correria da viagem e tal.
Mas deu para sacar algumas coisas:

Ira! - teve vários votos, em shows de muitos lugares diferentes em São Paulo
Violeta de Outono - mesmo caso, mas em quantidade menor.
Sepultura - Muito lembrado os shows do Olympia, em 1994, e aquele do Pacaembu, de graça (ano?).
Legião Urbana - Muito lembrado em shows em Minas Gerais. E no Parque Antártica, em São Paulo.
Ratos de Porão - João Gordo e turma tiveram três votos para um certo show em Londrina.
Cazuza - dois leitores mencionam um show do roqueiro, já em estado terminal em decorrência da Aids, no Aeroanta, SP.
Pin Ups e Brincando de Deus - pencas de votos para os veteranos do udigrudi nacional.
Thee Butcher’s Orchestra e Grenade - campeões de voto do novo rock indie.
Os vencedores do CD "Pixies at BBC"
Esqueci de colocar quantas cópias iriam ser sorteadas. Então, a coluna vai dar cinco.

- Central Mídia Marketing e Produções (???)

votos para os shows do Sepultura, Dorsal Atlantica, e Korzus e Ratos de Porão juntos

- Fernando Lopes
votos para Violeta de Outono, festival com Legião e Ira! (Niterói) e ainda Jorge Benjor
- Marcelo da Cruz Oliveira
votos para Ira!, Sepultura e Inocentes
- Jardel Sebba
votos para Fines Africae, Fausto Fawcett e Second Come
- Luís Nunes
votos para Violeta de Outono, Akira S e Cazuza

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FALA AÍ

Sob o tema da votação dos shows brasileiros

"Xuxa - Como já disse, estava descobrindo a sexualidade... Acho que foi em 89. Sabe como é: tinha 12 anos, coisa e tal... Ela dava um bom caldo naquela época... Hoje é só um fantoche de si mesma!"
Alessandro Assolini, SP

"Engenheiros do Hawaii - Abrindo no Hollywood Rock. O show foi uma b****, lógico, mas eles abriram para o Nirvana!!!! Dia histórico para o mala do Humberto!"

Angelo Garófalo, SP

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SEMANA QUE VEM

Coluna volta ao normal, com circulação inicial na quarta-feira. Tentarei responder todos os e-mails

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RÁDIO POP 10

Correria, correria. A programação da Pop 10 continua a mesma da semana passada. Semana que vem (e as próximas) tem muita novidade.

Até QUARTA, hein!


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23/08/2000 -
Juventude Sônica X Juventude Sonífera
16/08/2000 - Beavis e Butt-Head analisam o Brasil
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