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09/02/2010 - 13h38

Trotes em universidades divide opiniões; ouça

MELINA CARDOSO
colaboração para a Folha Online

Todo início de ano letivo reacende uma discussão comum nas universidades: o trote dos veteranos como forma de recepção aos calouros. É neste período que histórias de agressão, humilhação e até mortes aparecem.

Em 2009, a Câmara aprovou um projeto de lei que disciplina o trote nas universidades. Um dos aspectos do texto aprovado é a aplicação de multas pela instituição depois de comprovada a participação dos estudantes em ações consideradas constrangedoras ou violentas contra os calouros.

Para evitar trotes violentos na Escola Politécnica da USP, o diretor Ivan Falleiros participa da realização das matrículas e afirma que sempre conversa pessoalmente com todos os calouros, sugerindo a não participação na festa de recepção promovida pelos veteranos.

Segundo ele, um acordo foi fechado entre estudantes e a direção da Escola para que trotes fossem abolidos. Mesmo assim, Falleiros ressalta que os dois lados sabem que a festa promovida pelos estudantes tem o trote como pano de fundo.

"É uma mentira, esta festa é uma desculpa para começar um trote e eu informo a todos [os calouros] que eles dever ir para casa após a matrícula", diz. "Eu acrescento ainda que pode ser perigoso", completa o diretor da Poli-USP.

Ivan Poli

Aluno do 4º ano de Engenharia Civil, Bruno Turaça diz ter sido recebido com um trote em 2007 -- pelos então, veteranos da Escola Politécnica. Hoje, Turaça participou dos trotes e afirma que os calouros que não desejam participar da festa, são respeitados.

"Não há nada humilhante(...). Para entrar neste tipo de faculdade, é preciso muito estudo. É um momento em que os estudantes extravasam todo sentimento reprimido por tantos anos de estudo", completa o estudante que utilizou tinta e barro para recepcionar os novatos.

Bruno Turaca

Após realizar a matrícula para o curso de administração na USP, a estudante Paula Sakuramoto afirma ter gostado do trote recebido. "Isso [entrar em uma universidade pública] ocorre uma vez na vida e eu quis passar por isso. Foi uma experiência única para mim, e como eu sou menina eles não pegam pesado", diz.

#TEXTO#

Ana Caroline Gomes Alves não quis aparecer no primeiro dia de aula da faculdade temendo exageros por parte dos estudantes. "Não gosto de participar porque eles [veteranos] agem por impulso e acabam abusando um pouco e esquecem as consequências", afirma a estudante.

#TEXTO#

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