Diego
Medina
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Eu
sabia: só poderia ser mesmo uma mulher.
Bridgette
Wilson, 27, norte-americana, loira, atriz, linda, é
quem está afastando cada vez mais Pete Sampras das
quadras de tênis.
O
namoro de pouco mais de um ano virou casamento em setembro
último, e agora Sampras mostra não estar nada
disposto a trocar sua lua-de-mel pelas quadras, mesmo as de
carpete na Europa, onde costuma jogar com satisfação
e ir bem.
Sampras
anunciou que só volta às quadras neste ano para
disputar a Copa do Mundo em Lisboa. E, até lá,
segue passando os dias (e as noites) com a atriz, cujo papel
de maior destaque para a platéia brasileira foi uma
ponta no juvenil "Eu sei o que vocês fizeram no
verão passado".
Primeiro
afastado supostamente por contusão, depois por "razões
pessoais", "Pistol" Sampras parece ter definitivamente
sucumbido à vida de casado e descoberto coisas que
antes não lhe tomava tanto tempo.
Mudou
de casa, colocou aliança, mostra mais interesse pelo
cinema (influência de sua mulher) e pelo Los Angeles
Lakers (sim, Sampras vai tirar parte de sua lua-de-mel para
ver os primeiros jogos da equipe na temporada da NBA).
Não
é a primeira vez que o melhor tenistas dos últimos
tempos diz estar apaixonado, é bem verdade. De fato,
atrizes hollywoodianas parecem ser a sua predileção
(antes de Wilson, Kimberly Williams e Lauren Holly já
desfilaram com o tenista, mas isso é outra história...).
O
negócio é que desta vez Sampras está
encarando mesmo o papel de casado e dedicando-se mais à
vida particular do que ao tênis, o que jamais havia
acontecido até hoje.
Sampras
diz que estará em forma para a Copa em Portugal. Afirma
que está louco para defender seu título em Lisboa
e ansioso pela temporada de 2001.
Não duvido.
Mas
tenho uma ponta de medo, um temor. Medo dez vezes maior do
que o da personagem da senhora Sampras em "Eu sei o que
vocês fizeram...". Um medo de que Sampras tenha
decidido, em algum dia no último verão, trocar
uma paixão por outra.
O
jovem Marat Safin abriu o bico na semana passada para dizer
que até já pensou na possibilidade de parar
de jogar tênis. Justamente ao fim de sua melhor temporada?
Por
que, tão jovem, vencedor, famoso, Safin já imagina
outras coisas além do tênis em sua vida?
A
afirmação da semana passada só pode ter
sido cansaço. E um pouco de desânimo também
(Safin falou que pensa em parar porque se sente desmotivado
ao perder alguns jogos). Duvido que Safin pare depois de Lisboa.
Mas
é inegável que, cada vez ricos mais jovens,
os tenistas vejam diversões à parte de seu trabalho
e queiram gastar mais tempo nelas.
Como
eu, como você, Sampras e Safin têm o direito de
parar de trabalhar ou trocar de emprego quando bem entenderem.
E eles podem.
Seria
muita pretensão nossa imaginar que aqueles que gostamos
de apreciar sejam eternos, ou que pelo menos joguem enquanto
queremos vê-los em ação.
Eles param, outros começam. É assim.
Notas
Um dia, Bjorn Borg e John McEnroe anunciaram que estavam parando.
Na semana passada, porém, disputaram um jogo especial. Uma
exibição, ok, mas 20 anos depois do histórico embate que disputaram
na final de Wimbledon. Essa final, conhecida por muitos como
"Jogo do século", teve Borg vencedor após cinco sets e quase
quatro horas. Em Cingapura, deu McEnroe, em dois sets. Foi
provavelmente o último jogo entre ambos, já que Borg disse
que não joga mais nem exibição no ano que vem.
Parada
Maria Esther Bueno, o maior nome do tênis feminino brasileiro,
ganhou uma estátua em São Paulo. Iniciativa da Federação Paulista.
É também homenageada pela Confederação Brasileira. Estamos
aprendendo.
E-mail: reandaku@uol.com.br
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