Folha Online sinapse  
16/12/2003 - 03h26

Praia esperta

HELOÍSA HELVÉCIA
enviada especial a Tibau do Sul (RN)

Lua crescente, praia de Pipa, 87 km ao sul de Natal (RN). A maré não estava para peixe, mas Alemão voltou do mar rindo de orelha a orelha. Acabara de comprovar que seu conhecimento de ventos, de estrelas e da natureza inteira pode lhe render mais que albacoras e baiacus.

Fotos Hélder Ferrer/Folha Imagem
Barco a vela, com falésias ao fundo, na praia de Pipa

O pescador foi um dos mestres das 30 oficinas que, de 29 de novembro a 4 de dezembro, transformaram aquele éden numa cidade-escola. Para o workshop sobre pesca em alto-mar, ministrado no barco a vela de Alemão, inscreveram-se três jovens suíços. Embarcaram de madrugada numa boa, torraram no sol e no sal em 12 horas de navegação e ainda "pagaram" matrícula de cem "garatuís" —o dinheiro cultural que, durante o período, circulou na vila para dar acesso às oficinas, medir as preferências da comunidade e, entre outras coisas, ajudar Alemão a avaliar o potencial turístico do seu saber.

Além de técnicas, tradições, artes e ofícios locais, os encontros envolveram expressão musical, plástica, corporal e poética; estudo de idiomas; e temas como turismo sustentável, preservação ambiental, direitos humanos, problemas sociais, educação a distância.

Mais de mil pessoas participaram da Rede Pipa Sabe —o primeiro teste, fora de São Paulo, do programa Cidade do Conhecimento, criado pela USP para difundir o saber e combater a exclusão social por meio da internet. Um dos saldos foi a instalação de um infocentro na praia, em apoio a projetos educacionais da região.

Que Pipa é especial meio mundo já sabe desde os anos 70, quando os surfistas chegaram e, além de ondas, encontraram falésias, dunas, piscinas naturais, golfinhos, um santuário ecológico com 120 hectares de mata atlântica e gente hospitaleira. Mas por que, entre tantos, esse arraial com 4.000 almas foi eleito para ser espetado por uma antena de banda larga e virar laboratório de uma moeda do conhecimento?

"Porque é uma maquete do Brasil, um microcosmo com os problemas e as potencialidades do país", diz Gilson Schwartz, diretor acadêmico da Cidade do Conhecimento e colunista do Sinapse.

Pipa é aldeia de pescador e aldeia global. Pessoas de vários países e Estados do Brasil vão chegando e ficando. A população flutuante, hoje, é de um turista para cada morador. A expansão do turismo ameaça a beleza natural e a identidade do lugar, fatores que arrastaram para lá, no início, um tipo diferenciado de viajante, menos predador.

O município de Tibau do Sul, ao qual Pipa pertence, cresce a uma taxa de 6,8% ao ano, informa Claudio Freire, 27, secretário de Turismo: "Os empreendimentos brotam sem planejamento, a riqueza exclui os nativos. Hoje, há só 19 barcos de pesca, antes eram 31, o ofício era passado de pai para filho. Os jovens preferem pescar no asfalto, as drogas são um problema. O turismo trouxe benefícios, mas esse processo precisa ser sustentável para durar". A missão da USP, expressa no documento oficial do projeto, é envolver a região na rede mundial, puxando talentos, incubando projetos, empreendimentos, produtos e serviços capazes de "liderar uma revolução cognitiva na cadeia produtiva do turismo local".

Nos quatro dias de ação na trincheira à beira-mar, a tropa paulistana viu emergir, de fato, saberes, planos e também disputas e desencontros de interesse dos moradores.

O conteúdo das oficinas refletiu a diversidade. Representantes de todos os segmentos sociais compartilharam sua expertise. O agrônomo paulista Luis Henrique Ribeiro, por exemplo, dono da pousada mais sofisticada de Pipa, mostrou como a conduta de respeito ambiental está ligada ao sucesso do seu negócio, iniciado em 1991, quando a praia era só reduto de mochileiros. Hoje, a pousada integra o seleto grupo de roteiros de charme do país. Algumas passagens da palestra serviram não só a interessados em hotelaria. Quando ele disse que o dono de pousada "deve sair de cena para não ser invasivo, mantendo uma atitude ausente e presente ao mesmo tempo", a equipe enviada para lançar a Rede Pipa Sabe achou que o conselho servia também para a sua condição.

Enquanto Henrique recebia a platéia num bar à beira da piscina, na sua requintada Toca da Coruja, a vendedora ambulante Márcia dos Santos, potiguar, recém-despejada, buscava, na última hora, descolar na vizinhança um lugar, um fogão e um tampo de pedra para montar sua oficina. Conseguiu. E repartiu os segredos das balas que ela faz, com leite de coco extraído manualmente, e vende, entoando um refrão que fica grudado no ouvido: "Bala de coco delícia/ a única bala que abala/ adoça/ e fica". A baleira disse não ter medo de concorrência. "Se eu consigo sozinha tirar 350 balas de um só coco, e fazer até cem reais por dia, por que outros não podem? Com mais gente sabendo fazer, posso montar uma fábrica."

Não foi só ela que venceu uma gincana de obstáculos para poder dividir conhecimento. A Galeria Café Cultura, centro logístico do projeto, era mais que um ponto de inscrições. Era um muro de lamentações para onde a romaria de oficineiros ia reclamar, exigir transparência, pedir esclarecimentos sobre o funcionamento da moeda cultural, cobrar tinta, papel, xerox, transporte... A galeria virava também um "aparelho" de guerrilha: mapa de operações aberto na mesa, reuniões de avaliação até a madrugada. E também virava conservatório musical, quando emprestava o deck para oficinas de violão.

Mas sobretudo era um pátio dos milagres, porque, apesar das falhas de organização e comunicação e da falta de verba para a enorme grade de atrações previstas, a praia do conhecimento ia acontecendo, evoluindo para além do controle.

Uma das dificuldades era conter a demanda e fechar a agenda de atividades. Todos queriam ser mestres. Até o último dia surgiram novas sugestões. Uma italiana inventou aula de castelos de areia, e um cabeleireiro quis mostrar os macetes da produção de "drag queen" —mas não conseguiu.

Izilmar estréia como professora de culinária e mostra como se faz um bom "fervilhado"
"Todo mundo pode ser professor em alguma coisa. Por mais que a USP viesse para cá com uma grande parafernália, se a comunidade não tivesse tomado o projeto para si, nada teria acontecido", disse o escultor Eddy Polo, coordenador local do Pipa Sabe. Apaixonado, desde o primeiro contato, pela idéia da Cidade do Conhecimento, o orgulho dele não é ter ajudado o grupo da USP a costurar, em sete meses, as adesões locais —que incluíram 90% dos donos de pousadas e restaurantes, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o Sebrae e, depois, o poder público. "O mais legal foi ver a inclusão dos bichos-grilos de Pipa, essa sociedade 'deletada', que se sentiu valorizada no seu saber e se engajou."

Sócio, na galeria, do também escultor Augusto Ferrer, Polo envolveu, no arrastão, de artistas contemporâneos a velhos talentos da cultura regional. Caso do repentista e "despescador" Antonio Pequeno, 77, dez filhos, 23 netos, dois bisnetos e um livro de poemas publicado. É despescador porque tem um curral, uma cerca que prende os peixes na vazante: "Vou lá e despesco, então sou o quê?". Seu papel foi contribuir com narrativas orais de Pipa de ontem, "casos de trancoso", lendas de medo, de uma época em que a praia só era assombrada por aparições do "lobo-homem", e não pela corrupção de bens públicos e ambientais, pela ocupação predatória da orla, pela prostituição infantil e o tráfico de drogas.

A Pipa da aldeia de pescadores está no livro de seu Pequeno, que pode ser encontrado no Book Shop, a Pipa da aldeia global. Única biblioteca da região, é o território mais cosmopolita daquela praia. Parece um sebo mas não é, porque só empresta ou aluga livros usados, em diversos idiomas, doados por turistas. Lá aconteceram as oficinas de línguas, campeãs de inscrições, com 45 alunos, a maioria artesãos e estudantes.

O embrião da rede surgiu no Book Shop, conta Schwartz: "Quando entrei ali pela primeira vez foi um choque. Jamais poderia imaginar que existia um espaço assim no Rio Grande do Norte. Naquele pólo de irradiação de saber e de encontro de pessoas, vi que Pipa é um vulcão com cultura de raiz e cultura de vanguarda. Veio então a idéia de subverter essa relação de centro e periferia, de Sul e Nordeste. Já havia o plano de levar algum projeto da Cidade do Conhecimento para fora de São Paulo, não de forma imperialista, mas para testar um modelo de organização em que a dimensão libertária, emancipadora e descentralizadora fosse forte, já que a tecnologia permite. Essa, claro, é a busca, a ideologia, a teoria".

Na prática, projetos desse tipo podem ser lidos como uma invasão, afirma a socióloga Cristina Guarnieri, 41, diretora de cooperação universitária da Cecae-USP (Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e de Atividades Especiais). "Para que isso não ocorra, é preciso garantir desde o início a participação dos moradores no processo." Segundo essa técnica, a mobilização da comunidade foi surpreendente, "ainda mais quando se pensa que a organização não foi participativa, ficou mais concentrada nas pessoas que ficavam na galeria". Para ela, a surpresa maior será se a mobilização permanecer: "A experiência mostra que, quando uma 'nave espacial' como essa aporta numa cidade levando equipamentos e um discurso empolgante, o agito acontece, é uma festa. Para que não morra, temos de animar a rede, construir uma comunicação eficiente e definir com os moradores o uso dos computadores, para que não vire uma ação assistencialista".

Em Bela Vista, vila próxima a Pipa, a merenda nem sempre chega à escola municipal Presidente Costa e Silva. Mas os garatuís chegaram (a moeda, batizada com o nome de um rio local, significa "água de periquito"). O time da USP levou para lá algumas oficinas e distribuiu o "dinheiro cultural" entre alunos da segunda série —não havia transporte para deslocá-los até a praia-escola.

Crianças moradoras da região, em oficina de expressão corporal

Filhas de pescadores, as crianças, constrangidas, recusavam o contato visual com os forasteiros, escondiam os rostos com as mãos. Na aula de expressão corporal, ficaram assustadas quando a bailarina Ilana Marion afastou as carteiras para um canto e pediu que sentassem no chão, descalças. Vencida a vergonha de tirar os sapatos, aproveitaram a prática: pularam, rolaram, se expressaram sem abrir a boca.

A pauta da oficina seguinte era "comunicação, educação e produção do conhecimento no contexto da internet", como explicou a engenheira Drica Guzzi, 32, coordenadora da Escola do Futuro (USP), associada ao programa de inclusão digital Acessa São Paulo. Mas não havia código verbal que desse conta daquele conteúdo para aquele grupo. Quando a oficineira perguntou "Como a gente entra na internet?", um menino esperto respondeu "No dia de são nunca", e uma menina encabulada arriscou baixinho "Bom dia, dá licença?" —supondo que o acesso era questão de boa educação.

Então a técnica da USP mudou a dinâmica, sacou uma corda de náilon comprada às pressas num mercadinho e envolveu a sala numa rede presencial, cada criança era um nó. Naquele dia, naquele prédio escuro, a única diversão, depois da rede viva improvisada, foi um pião solitário que rodou no recreio, feito de tampa de refrigerante e pau de pirulito.

"Eu me senti mal por criar uma expectativa quando não há a menor perspectiva de ter internet naquele lugar, que nem tem giz", disse a engenheira. "O voluntarismo é perigoso, aumenta a frustração. Foi triste constatar essas distâncias tão grandes, mas fiquei alegre de ver a vontade das crianças, apesar dos bloqueios culturais. Foi um aprendizado na marra." A partir dessa experiência, o desafio da equipe foi produzir um sentido para a rede que estava sendo criada. "Temos de começar a conversa de educação a distância não com as crianças, mas com professores, os multiplicadores natos. Só eles podem fazer do infocentro um espaço educacional", disse Drica Guzzi.

Na mesma noite, a Pipa Sabe reuniu 50 professores e a secretária de Educação na pousada Itacoatiara, onde foram instalados os computadores. Criou-se um Núcleo de Comunicação, coordenado pela arquiteta e professora Lúcia Cardoso, outra sócia da Galeria Café Cultura, encarregada agora de ajustar, com a comunidade, o know-how paulista de inclusão digital às necessidades da região.

A preocupação com a qualidade da educação é visível entre os moradores, mais entre aqueles que saíram de grandes centros atrás de qualidade de vida e fizeram família em Pipa. A pedagoga paulista Marilda da Silva Pinto, 32, que há 12 anos mora lá, participa da criação de uma ONG de mães interessadas em salvar a única escola particular, ameaçada por um índice de inadimplência de 46%. "A Rede Pipa Sabe esbarrou nas nossas necessidades. Estávamos há dois anos discutindo a educação e tentando formar uma nova escola, sem sucesso. O projeto da USP reacendeu as discussões. Se vai dar certo, não sei, mas já valeu para a gente voltar a trabalhar."

Entre os projetos articulados pelos moradores há o de uma escola não formal, que está sendo construída por dois empresários. A idéia é acolher crianças de dois a sete anos, que não serão separadas em classes, e priorizar a cultura regional, com atividades como confecção de redes de pesca e estudo do folclore.

Nas oficinas de culinária, o resgate do saber local teve sabor de "grude", "fervilhado", "tapioca" e "raiva", iguarias preparadas em fogão de lenha, com coco, mandioca e folha de bananeira. As garotas da terra, na maioria, preferiram as aulas de expressão corporal ou dança do ventre, confirmando as queixas da doceira Seluta Marinho e de sua prima e assistente, Izilmar: "Ninguém mais se interessa, dá muito trabalho.Quando a gente morrer, acabou-se". Mas a demonstração feita no quintal da casa das cozinheiras foi acompanhada por algumas nativas. Ana Claudia do Nascimento, 14, e sua irmã Camila Simara, 12, estavam lá para "ver e comer". Objetivo diferente do de dois turistas equatorianos, estudantes de gastronomia, interessados em aprender a fazer.

No fim da tarde, o produto da oficina foi servido em uma degustação animada pela presença da rendeira e rezadeira Zilda, na varanda da pousada Landuá. O lugar parece uma casa de família nativa, e é da advogada potiguar Norma Fagundes, guardiã das tradições de Pipa em geral e das receitas típicas em especial. Ninguém entendeu por que aquele sequilho em forma de balão, que desmancha na boca, é chamado de "raivinha". Mas, graças a ele, Seluta e Izilmar já estão montando cursos para turistas, não mais em troca de garatuís: a inscrição vai custar R$ 5.

Outro projeto estratégico era a difusão das técnicas de carpintaria naval, com a revitalização do estaleiro de seu Francisquinho, 71. O artesão construiu mais de 400 barcos, entre eles o Lady Laura, para o cantor Roberto Carlos. Mas as vacas gordas passaram. "Hoje, tem poucos carpinteiros nas praias, a arte está acabando. O pessoal vai indo embora, não quer mais trabalhar. Agora, se tiver um incentivo e se voltar a vontade do pessoal, vamos fazer muita coisa."

A oficina no estaleiro juntou 30 pessoas, entre pescadores e carpinteiros. Um "sucesso aleatório", segundo o administrador Eduardo Barbosa, gerente de projetos da Cecae-USP. "Demos sorte de chegar na hora em que lançavam um barco ao mar, o que requer força física, por isso tinha tanta gente." A tônica da conversa foi o levantamento de possibilidades de criação de produtos, que não barcos, com base na carpintaria e na sua combinação com outras técnicas. O técnico da USP elencou usos inusitados para aquele saber, como estruturas para coberturas de ambientes e confecção de miniaturas de barcos. O pescador "Galego" sugeriu que o refugo da madeira fosse aproveitado para fazer utensílios domésticos, como colheres de pau, o que poderia gerar renda extra.

Seu Francisquinho saiu da reunião pensando em fazer um barracão voltado só para oficinas de aprendizado e atividades paralelas à principal. Também assinou um termo de cooperação se comprometendo a desenvolver um empreendimento a partir dali.

Segundo Barbosa, foram muitos os erros no lançamento da Pipa Sabe: "Nesse processo megalômano de 'hapenning' cognitivo, nos sentimos como invasores em alguns locais e encontramos desconfiança, mas natural e construtiva". Uma das desconfiadas, no início, era a alemã Barbara Reichert, presidente da associação de hoteleiros de Pipa, que abriu sua pousada para reuniões. "É bom que esse movimento venha, para resgatar valores nativos. Só é preciso zelar para que não se torne algo artificial, que não vire uma Disneylândia, um zoológico desta cultura."

"Os erros foram bons, induziram a um aprendizado e aumentaram a capacidade de gerar resultados. O ambiente de Pipa é um útero com óvulo nidificado, só esperando a fecundação", acredita o gerente da Cecae.

Para Gilson Schwartz, o principal resultado é a caracterização da região como um experimento piloto de novas formas de cooperação social e econômica, mediadas por tecnologias de informação e comunicação: "A moeda cultural resume o projeto. O garatuí é uma dessas inovações de impacto no campo das possibilidades de financiamento ao desenvolvimento, em especial no que se refere a canais de distribuição de microcrédito". O professor explicou que o foco das ações foi deslocado do produto físico, ou seja, da instalação da antena Gesac (ministérios das Comunicações e da Educação) e dos seis micros doados pela Dataprev, "para o desafio de fazer Pipa mostrar ao mundo o que sabe".

A questão é como a rede mundial de computadores pode servir à rede de pesca ou à renda de bilro de dona Zilda. "Vieram para primeiro plano as questões de conteúdo, das estratégias de colaboração para a recuperação da infra-estrutura educacional, dos sonhos que mobilizam a comunidade, embora, nas últimas duas décadas de desenvolvimento, nunca tenha surgido o nível de consenso suficiente para realizar vários desses projetos", diz Schwartz.

O grupo da USP deixou Pipa com algumas certezas. Uma delas é a realização de outro mutirão, em 2004. Outra é que pescadores podem não dar nomes aos bois, mas são experts em empreendedorismo e associativismo. Segundo Barbosa, ninguém é mais empreendedor do que essa gente que faz barco e sai no mar confiando só na própria experiência. "Sobre associativismo, para o qual a solidariedade é condição, a mesma coisa. Em Pipa, a solidariedade é praticada, não definida. Nós, os letrados, definimos primeiro para depois tentar praticar."

A jornalista Heloísa Helvécia viajou a convite da Caixa Econômica Federal, patrocinadora da Rede Pipa Sabe (www.cidade.usp.br/pipa).

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