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27/01/2004 - 03h10

Harvard prega "ensino para a compreensão"

PAULO DE CAMARGO
free-lance para a Folha de S.Paulo

Problemas de aprendizagem são uma questão mundial. Em diversas partes do globo, buscam-se formas de redefinir o papel da escola e as diferentes modalidades de ensino e de aprendizagem.

A Universidade Harvard, nos Estados Unidos, desenhou o Projeto Zero, que reúne equipes interdisciplinares com o objetivo de estudar as relações entre a inteligência, a compreensão e o ensino. A educadora argentina Paula Pogré, 47, da Universidade Nacional de General Sarmiento, que integra a equipe, diz que o desafio de lidar com a diversidade é novo para a escola.

"Ao longo dos séculos, a escola sempre foi elitista e seletiva, e não havia instrumentos para medir a qualidade da aprendizagem", diz Paula.

Para ela, as escolas devem se preocupar hoje com o que as equipes do Projeto Zero chamam de "ensino para a compreensão". "Quem compreende realmente algo pode pensar, agir e sentir a partir do que aprendeu", define.

As instituições de ensino deveriam, segundo a pesquisadora, definir com critérios claros o que é essencial na aprendizagem e quais os objetivos a serem alcançados em cada atividade de ensino. Para ela, as escolas costumam inovar nas estratégias, sem garantias de que o resultado será o aprendizado.

Ela cita como exemplo a utilização do teatro para o ensino de história. "Teatro é teatro, história é história. Pode ser inútil pular de uma área para outra, sem ter clareza dos objetivos, dos critérios e do que se quer demonstrar", diz. Da mesma forma, ela critica estratégias que servem apenas para tornar o aprendizado prazeroso. "Nem sempre aprender é gostoso."

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