Leia a opinião de três especialistas sobre as estratégias pouco ortodoxas que são usadas para turbinar a aprendizagem.
| Sidarta Ribeiro, neurocientista, Ph.D em neurobiologia pela Universidade Rockfeller (EUA) | Paulo Volker, professor e consultor em educação | José Ernesto Bologna, psicólogo especialista em desenvolvimento organizacional |
Métodos de memorização | Há muitos na praça e vários funcionam, embora a eficácia varie conforme a pessoa que utiliza o método | Muito útil para quem já possui boa memória, mas precisa organizá-la. Para os desmemoriados contumazes, é perda de tempo | Esses métodos são antigos e têm sua utilidade. Mas prefiro acreditar na filtragem do cérebro. Cultura é o que sobra quando o excesso de informação acaba |
Leitura dinâmica | As coisas são mesmo aprendidas na proporção do interesse que despertam. Por isso, também na leitura dinâmica, a eficácia varia muito | Para os que não têm hábito de leitura, ajuda a ter uma idéia do texto, mas reforça a triste idéia de que ler é uma bobagem | Esse recurso é útil para identificar os conceitos fundamentais do texto. Mas não deve ser utilizado para literatura —seria como ver um filme acelerando o vídeo |
Cursos de imersão | É mais eficiente aprender uma habilidade nova treinando um pouco todo dia do que treinando muito de uma vez só | Os cursos de imersão podem ser eficazes quando bem estruturados, mas precisam contar com um corpo docente competente | São muito válidos quando bem dosados. A imersão tem aspectos vivenciais, permite aprofundar os conceitos e gerar insights importantes |
Cursos para ouvir dormindo | Sou cético com relação a isso. Não estou familiarizado com nenhum estudo que demonstre que isso funciona em seres humanos | Ajudam o insone e dão segurança aos preguiçosos que acham que o conhecimento lhes foi administrado por algum "deus" | Creio que o sonho funciona para reorganizar memórias. Mas não acredito que se possa usar o inconsciente para produzir aprendizagem |