27/07/2004
-
03h16
Persistência: O homem da lingerie
Ana Tereza Clementefree-lance para a
Folha de S.PauloAos 14 anos, o paulista Carlos Lino Ferreira, 58, já trabalhava no mercado atacadista de cereais, mas não era o que queria. Passou para a moda. Por 20 anos, visitou clientes com malas de mostruário, o que deu a ele a bagagem de vendedor. "Cheguei a fazer 74% do faturamento da empresa", diz. Os ganhos o fizeram desistir de estudar —Carlos parou no antigo científico. De representante, passou a diretor comercial. "Precisei criar produtos. A experiência foi tão boa que me animei a criar um negócio próprio."
Eduardo Knapp/Folha Imagem | | Carlos Ferreira, que abriu em 1999 a fábrica de lingerie Nudus |
|
Em 1980, abriu sua primeira confecção de lingerie. Produzia usando algodão, enquanto os concorrentes apostavam na lycra. Esse diferencial fez a fábrica pular de 5.000 peças por mês para 40 mil, em um ano. O sucesso durou até 1995, quando ele se desentendeu com o sócio e deixou a empresa.
Quatro anos depois, abriu a Nudus. "Usei todo o meu conhecimento para descobrir o filão: produtos com qualidade, mas preço baixo." Na maior parte das vezes, ele faz o meio-de-campo com fornecedores, é estilista e vende: "Sei exatamente o que o lojista quer". Carlos acumula funções para não aumentar custos e terceiriza 90% do trabalho da fábrica. Hoje, sua lingerie é exportada para a Itália, para a França e para a Espanha.
Para ele, o empreendedor precisa conhecer técnicas de vendas, estar atualizado, respeitar os concorrentes. E insistir. "O mercado está aberto a boas idéias. Com ou sem crise, o importante é não desistir."
Leia mais
O negócio é com você
Praticar, incubar ou começar pequeno
Enquete: O que é mais importante para um empreendedor de sucesso?