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27/07/2004 - 03h18

Saber vender: A empresária da comunidade

Heloísa Helvécia
free-lance para a Folha de S.Paulo

Quando a técnica em edificações Erly Rodrigues Silva, 46, perdeu o emprego, acabou ficando mais perto da realidade do seu bairro, o Jardim São Luís, na zona sul de São Paulo. "É um lugar pobre. Percebi aquelas crianças perambulando, porque os pais trabalham e não têm com quem deixá-las."

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Erly Silva, na sede da associação Criança Feliz
Nasceu assim a associação Criança Feliz, idealizada por Erly e montada inicialmente dentro de casa. Era só uma escolinha de futebol, com algumas outras atividades para tirar as crianças da rua.

Com o tempo, Erly foi atrás de cursos que pudessem ser levados à comunidade, foi capacitando voluntárias e conseguindo parcerias para erguer a sede. "Sempre gostei de cozinhar, daí montamos cursos de culinária, para padeiro, chapeiro, copeiro, auxiliar de cozinha. As pessoas foram arrumando empregos ou outras saídas."

A organização, que forma padeiros mirins, atende mais de 500 famílias e ensina crianças que ficam sozinhas em casa a preparar lanches sem usar o fogo: "Por aqui tem muito acidente com queimaduras".

Montada em meados dos anos 90, só agora a instituição está com o caixa em dia, graças às encomendas que são feitas para eventos. Para atender um pedido do banco Santander, Erly e 30 voluntárias prepararam 36 mil croissants. "Não quero mais pedir doação. Tenho apoios, mas não dependo de ninguém. Quero a cozinha funcionando a todo vapor."

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