10/02/2003 - 03h51

Crise argentina inspira artistas locais

AMARÍLIS LAGE
enviada especial da Folha a Buenos Aires

Fala-se da nova onda do cinema argentino. Filmes como "Plata Quemada", "Nove Rainhas", "O Filho da Noiva" e "Esperando o Messias" conquistam público e prêmios por onde passam. As obras refletem, em ângulos distintos, o sentimento nacional diante da crise que assola o país. Sentimento este, na interpretação de alguns críticos, de desânimo e desesperança. Talvez a mensagem dos filmes seja mesmo essa.

Porém a simples existência de uma produção cinematográfica forte mostra que a população não está assistindo à crise de braços cruzados. Em 2002, o país lançou 51 longas e conquistou 76 prêmios internacionais, além da indicação de "O Filho da Noiva", de Juan José Campanella, ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

Embora essa força criativa se manifeste principalmente nas telas, ela também está na música da banda Los Pericos, que mistura tango com reggae; na pequena loja Moebius, em San Telmo, onde 15 jovens estilistas aproveitaram a queda das grandes grifes para lançar sua própria moda; nas obras de arte do Centro Cultural Recoleta. Indícios de que a Argentina não está tão desanimada.

Amarílis Lage viajou a Buenos Aires convite da rede hoteleira Marriott International e da TAM.

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