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10/02/2003
-
06h12
enviada especial da Folha a Buenos Aires
Abrem-se as cortinas. Surgem algumas mesas -nas quais clientes conversam em voz baixa-, um piano solitário e, no centro do palco, lá está você.
A garçonete atravessa o tablado e entrega, junto ao "cortado" (como os argentinos chamam o café com leite), dois pedacinhos de pão-de-ló e um copo de água gelada -cortesia da casa. É a sua deixa. O que fazer? Nada. Relaxe na cadeira, beba o café e aproveite o clima do El Ateneo Grand Splendid, que já foi teatro, cinema e hoje abriga uma das maiores livrarias da América Latina.
O Grand Splendid foi construído em 1919 pelo austríaco Max Glücksmann, que queria fazer ali uma catedral das artes cênicas. Eram quatro fileiras de camarotes, com capacidade para 550 poltronas, além das 500 na geral.
Como ainda pairava no ar o clima da Primeira Guerra (1914-1918), a cúpula do teatro foi ornamentada pelo italiano Nazareno Orlandi com temas pacifistas.
Nessa época, Glücksmann era proprietário da gravadora Nacional-Odeón, selo que lançou Carlos Gardel. O mito do tango, aliás, se apresentou várias vezes nesse palco. A partir de 1924, concursos de tango começaram a acontecer ali e, em 1926, o Grand Splendid passou a funcionar como cinema, sendo um dos primeiros a exibir filmes sonorizados.
Devido à concorrência com as grandes redes de cinema, porém, o teatro foi fechado e adquirido, em 2000, pela cadeia de livrarias Yenni. O acordo foi criticado por alguns, que defendiam a manutenção do cinema como tal, e elogiado por outros, que viam na livraria a possibilidade de preservação do edifício.
A adaptação do espaço se manteve fiel à estrutura do teatro. Só que fileiras de estantes substituem as de poltronas. No subsolo, há seção de literatura infantil e, nos pisos superiores, uma galeria de arte e uma seção de música clássica. A loja tem cerca de 100 mil títulos de livros e 10 mil de CDs.
No antigo palco, hoje um café, pode-se folhear livros e ouvir música. Nas tardes de quinta, Rubén Ramos assume o piano, e a livraria volta a ser uma casa de espetáculos.
El Ateneo Grand Splendid - Av. Santa Fe, 1.860, tel.: 00/xx/54/11/4813-6052; www.tematika.com.ar.
Amarílis Lage viajou a Buenos Aires convite da rede hoteleira Marriott International e da TAM.
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Prédio que já foi teatro abriga uma das maiores livrarias da AL
AMARÍLIS LAGEenviada especial da Folha a Buenos Aires
Abrem-se as cortinas. Surgem algumas mesas -nas quais clientes conversam em voz baixa-, um piano solitário e, no centro do palco, lá está você.
A garçonete atravessa o tablado e entrega, junto ao "cortado" (como os argentinos chamam o café com leite), dois pedacinhos de pão-de-ló e um copo de água gelada -cortesia da casa. É a sua deixa. O que fazer? Nada. Relaxe na cadeira, beba o café e aproveite o clima do El Ateneo Grand Splendid, que já foi teatro, cinema e hoje abriga uma das maiores livrarias da América Latina.
O Grand Splendid foi construído em 1919 pelo austríaco Max Glücksmann, que queria fazer ali uma catedral das artes cênicas. Eram quatro fileiras de camarotes, com capacidade para 550 poltronas, além das 500 na geral.
Como ainda pairava no ar o clima da Primeira Guerra (1914-1918), a cúpula do teatro foi ornamentada pelo italiano Nazareno Orlandi com temas pacifistas.
Nessa época, Glücksmann era proprietário da gravadora Nacional-Odeón, selo que lançou Carlos Gardel. O mito do tango, aliás, se apresentou várias vezes nesse palco. A partir de 1924, concursos de tango começaram a acontecer ali e, em 1926, o Grand Splendid passou a funcionar como cinema, sendo um dos primeiros a exibir filmes sonorizados.
Devido à concorrência com as grandes redes de cinema, porém, o teatro foi fechado e adquirido, em 2000, pela cadeia de livrarias Yenni. O acordo foi criticado por alguns, que defendiam a manutenção do cinema como tal, e elogiado por outros, que viam na livraria a possibilidade de preservação do edifício.
A adaptação do espaço se manteve fiel à estrutura do teatro. Só que fileiras de estantes substituem as de poltronas. No subsolo, há seção de literatura infantil e, nos pisos superiores, uma galeria de arte e uma seção de música clássica. A loja tem cerca de 100 mil títulos de livros e 10 mil de CDs.
No antigo palco, hoje um café, pode-se folhear livros e ouvir música. Nas tardes de quinta, Rubén Ramos assume o piano, e a livraria volta a ser uma casa de espetáculos.
El Ateneo Grand Splendid - Av. Santa Fe, 1.860, tel.: 00/xx/54/11/4813-6052; www.tematika.com.ar.
Amarílis Lage viajou a Buenos Aires convite da rede hoteleira Marriott International e da TAM.
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