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28/04/2003 - 06h48

Humanos não assustam fauna de Galápagos

ANTÔNIO GAUDÉRIO
da Folha de S.Paulo

Os pássaros, os iguanas, os leões-marinhos e as tartarugas gigantes de Galápagos, no Equador, onde Charles Darwin em 1835 constatou aspectos fundamentais da teoria da evolução, ainda não temem a aproximação dos inúmeros turistas embasbacados, munidos de câmeras fotográficas. Segundo os guias naturalistas, isso acontece porque a fauna local não possui na memória um registro de que os humanos lhe possam fazer mal.

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Turista fotografa tartaruga gigante, animal que era usado como montaria pelos espanhóis antes de ser morto para fornecer óleo

Com 13 ilhas e cinco vulcões, Galápagos é considerada a segunda maior reserva marinha do mundo, atrás apenas da Grande Barreira de Corais, na Austrália.

O arquipélago ora apresenta uma paisagem vulcânica desprovida de qualquer forma de vida, ora é coberta pela tequila, vegetação de moitinhas esbranquiçadas sem folhas nem caules, que lembram liquens ou musgos. Parece de outro planeta.

Mas os animais amigos que povoam algumas das ilhas são a vedete do arquipélago. As fragatas, por exemplo, incham seus papos vermelhos para atrair as fêmeas sem se importar com os curiosos que fotografam o cortejo.

Pássaros brancos dançam exibindo seus pés vermelhos ou azuis e se aproximam fazendo poses. Nas praias de águas límpidas, leões-marinhos nadam com turistas que fazem mergulho de apnéia. Iguanas, tartarugas e peixes parecem ter curiosidade recíproca com o visitante.

Mas a legislação é rigorosa. Embora os visitantes possam mergulhar com os leões-marinhos, é proibido persegui-los ou fotografá-los com flash. Também não é permitido sair das trilhas demarcadas, se separar dos grupos, andar sem um guia licenciado nem desrespeitar os horários. Não se pode fumar ou comer.

Iguanas e tartarugas

Essas leis têm o objetivo de preservar animais como o iguana-marinho, a única espécie de lagarto do mundo que vai ao fundo do mar para comer algas marinhas.

Para nadar melhor na água revolta das ondas contra as pedras, ele desenvolveu a cauda plana, diferente da dos terrestres, que é roliça. Os terrestres são amarelos, e os marinhos, pretos, para melhor se aquecerem no sol, pois eles são répteis cuja temperatura do sangue varia com o ambiente e, no fundo do mar, ela chega a 17ºC .

Além das unhas fortes e compridas para se manterem presas ao fundo do mar agitado enquanto comem, os iguanas-marinhos desenvolveram uma glândula na parte superior do crânio que processa a água do mar, espirrando o sal pelas narinas.

Já as tartarugas gigantes são responsáveis pelo nome do arquipélago. "Galápago" é uma corruptela de "galopar" criada pelos espanhóis, que cavalgavam sobre os animais antes de matá-los para obter o óleo que utilizariam nas lamparinas. Conta-se que eles também os levavam para os navios e iam consumindo seus pedaços aos poucos, deixando-os vivas para manter a carne fresca.

Estima-se que em 1600 existissem 500 mil tartarugas gigantes em Galápagos, número que caiu para 30 mil. Hoje uma das espécies tem um único indivíduo, o Solitário Jorge, que pode ser visitado na estação Charles Darwin.

Sem falar dos 90 mil visitantes por ano, o que afasta Galápagos da visão do paraíso é a introdução de animais domésticos nas ilhas San Cristóbal e Santa Cruz, onde habitam cerca de 22 mil pessoas.

Esses locais estão repletos de cachorros, gatos, ratos, cavalos, burros, porcos, cabras e sementes de plantas que viraram praga.

O repórter-fotográfico Antônio Gaudério viajou a convite da Climb Expedições, da companhia aérea Taca e da operadora Metropolitan Touring.

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