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05/01/2004 - 04h46

Forte de Fernando de Noronha troca lado militar pelo contemplativo

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
Enviado especial da Folha de S.Paulo a Fernando de Noronha

Uma tríade militar, religiosa e histórica ligada ao patrimônio único de Fernando de Noronha cruza o caminho de quem vai ao arquipélago: os fortes, os templos e o Memorial Noronhense.

Os dez fortes, construídos com nomes de santos a partir de 1737, integram um dos maiores sistemas de defesa do país no século 18. As construções, que, na época, visavam evitar invasões e assegurar a travessia entre esse lado do Atlântico e Portugal, hoje tornaram-se pontos estratégicos para apreciar as paisagens da ilha.

Oito das fortificações ficam no mar de Dentro: a fortaleza de Nossa Senhora dos Remédios, o parque de Sant'Ana e os fortes de São José do Morro (o único fora da ilha principal), de Santo Antônio, de Nossa Senhora da Conceição, de Santa Cruz do Pico, de São Pedro do Boldró e de São João Baptista dos Dois Irmãos. Já os fortes do Bom Jesus do Leão e de São Joaquim do Sueste estão situados no mar de Fora.

"Há muita coisa a ser redescoberta. O forte da Vila dos Remédios foi erguido sobre as ruínas de um antigo reduto holandês, que ainda não desvendamos e que só pode ser identificado com prospecção arqueológica.

Temos informações de que ali existia uma muralha, uma sala subterrânea e um túnel de fuga", diz a historiadora Marieta Borges Lins e Silva, que coordena o Programa de Resgate Documental de Fernando de Noronha.

Segundo ela, ainda há o forte de Santa Cruz, soterrado após uma avalanche no século 18, mas ainda não localizado.

Apesar de não poder ser visto por terra, esse forte imprime sua marca em textos que documentam a criação das fortificações e que estão reunidos no acervo do Memorial Noronhense.

Conhecido como Espaço Cultural Américo Vespúcio, o memorial foi criado em 1998 na Vila dos Remédios. O local funciona das 9h às 17h e expõe dados históricos e lendas de Fernando de Noronha, destacando mapas datados a partir de 1500, como o planisfério do espanhol Juan de la Cosa, que teria sido a primeira representação do arquipélago na cartografia.

Fechando a tríade, os três templos da ilha também remontam à história. O mais antigo, a igreja de Nossa Senhora dos Remédios, construída de 1737 a 1772 e ligada à Arquidiocese de Olinda e Recife (PE), destaca-se pela arquitetura, com varandas e forro de madeira, e hoje reúne parte da comunidade aos domingos em missas (em geral, uma por mês) e celebrações.

Já a capela de São Pedro, perto do porto, por ser muito pequena, não recebe visitas, mas pode ser vista de muitos pontos e marca a principal festa da ilha, no dia do padroeiro dos pescadores (29 de junho). A imagem de são Pedro parte em procissão terrestre da igreja até o porto, de onde segue pelo mar acompanhada por todos os barcos do arquipélago.

Por fim, a capela de Nossa Senhora da Conceição da Quixaba, erguida pela primeira vez no século 18, evidencia a história da vila da Quixaba, a segunda mais importante do arquipélago, depois da dos Remédios, e criada em torno da área onde viveram os holandeses no século 17.

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