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28/10/2004
-
12h40
Fora os atrativos turístico-mitológicos, Joanópolis reserva uma outra singularidade, de cunho político-gastronômico.
O visitante que for a qualquer padaria da cidade e pedir um "PRP" não saberá o que está pedindo, mas será prontamente atendido e irá comer uma fatia da história política do país.
O nome do pão em forma de cruz e aromatizado com erva-doce deve-se ao Partido Republicano Paulista, fundado na segunda metade do século 19. Por volta de 1936, quando o partido já estava enfraquecido, o padeiro Paulo Meira, simpatizante do PRP, criou um pão para ser servido nas reuniões do partido. Só apoiadores do PRP o comiam. Integrantes do Partido Constitucionalista, adversário do PRP, nem chegavam perto da iguaria. A disputa política acabou há tempos, mas o "PRP" ficou.
E, se o turista, depois de tanto ouvir e até vivenciar histórias de lobisomens, se sentir intimidado ou ameaçado, basta dar uma passadinha na igreja matriz. Valendo-se da desculpa de que está ali para observar os meticulosos trabalhos de restauração das pinturas da nave, pode aproveitar para purificar-se com a água benta. Afinal, como reza a lenda, isso nunca fez mal a ninguém. Pelo contrário. Que o diga o lobisomem.
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do enviado especial da Folha de S.Paulo a Joanópolis (SP)Fora os atrativos turístico-mitológicos, Joanópolis reserva uma outra singularidade, de cunho político-gastronômico.
O visitante que for a qualquer padaria da cidade e pedir um "PRP" não saberá o que está pedindo, mas será prontamente atendido e irá comer uma fatia da história política do país.
O nome do pão em forma de cruz e aromatizado com erva-doce deve-se ao Partido Republicano Paulista, fundado na segunda metade do século 19. Por volta de 1936, quando o partido já estava enfraquecido, o padeiro Paulo Meira, simpatizante do PRP, criou um pão para ser servido nas reuniões do partido. Só apoiadores do PRP o comiam. Integrantes do Partido Constitucionalista, adversário do PRP, nem chegavam perto da iguaria. A disputa política acabou há tempos, mas o "PRP" ficou.
E, se o turista, depois de tanto ouvir e até vivenciar histórias de lobisomens, se sentir intimidado ou ameaçado, basta dar uma passadinha na igreja matriz. Valendo-se da desculpa de que está ali para observar os meticulosos trabalhos de restauração das pinturas da nave, pode aproveitar para purificar-se com a água benta. Afinal, como reza a lenda, isso nunca fez mal a ninguém. Pelo contrário. Que o diga o lobisomem.
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