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10/03/2005 - 10h28

Vinho branco ou tinto influencia ida a vale chileno

MARGARETE MAGALHÃES
Enviada especial ao Chile

O que não falta ao Chile são vinícolas para serem descobertas. Sobram também vales onde crescem as uvas: Maipo, Curicó, Maule, Rapel, Casablanca, Aconcágua, San Antonio, Cachapoal, Itata, Bio Bio... Adicionando a esses nomes a denominação das cepas --cabernet sauvignon, carmenère, merlot, malbec, pinot noir, syrah, sauvignon blanc, chardonnay--, cuja safra pode ser mais primorosa em um vale do que em outro, não é preciso nem beber para ficar na dúvida sobre qual vinícola merece uma paradinha.

Ao leigo, resta decidir qual bodega visitar em meio a uma ampla oferta de vinícolas chilenas, mas alguns critérios podem ser adotados: distância de Santiago; apreço por vinho tinto ou branco; busca de uma bodega portentosa ou de uma antigona; gosto por uma das marcas consumidas no Brasil, como Concha y Toro, Santa Helena, Almaviva, Undurraga e Morandé.

As vinícolas mais próximas, a cerca de três horas de carro, ficam nos vales Central e do Aconcágua, ao sul e ao norte da capital respectivamente. Cada uma delas tem suas sub-regiões e, por vezes, ainda há outras zonas específicas. O vale Central reúne os vales de Maipo, Rapel, Curicó e Maule. Dentro do Rapel, há outra área famosa, o vale do Colchagua (a 180 km da capital). Rumo ao norte, o vale do Aconcágua subdivide-se em Casablanca e Aconcágua.

Outro critério na hora de definir um circuito de enoturismo é optar por uma rota mais tradicional ou por uma mais nova --ou ambas para ver a diferença. Para quem está atrás da primeira opção, tanto Maipo quanto Colchagua (www.colchaguavalley.cl) congregam as bodegas mais antigas do país, muitas do século 19. A Cousiño Macul (www.cousinomacul.cl), em Maipo, é a mais antiga do Chile, de 1856. Maipo também tem vinhas tradicionais, como a Undurraga (www.undurraga.cl), de 1885, e a Concha y Toro (www.conchaytoro.cl), de 1883.

Nesse caso, o critério distância pode se aliar ao de preferência da marca. A Concha y Toro --embora tenha vinhas não apenas em Maipo mas também em Colchagua e Casablanca-- recebe turistas para visitação a 30 km de Santiago, em Pirque. Em Colchagua, a Casa Silva (www.casasilva.cl) é a mais antiga do vale, e a Viu Manent (www.viumanent.cl) fica numa vila espanhola com um jardim no meio. Turistas podem fazer um passeio de charrete pelas vinhas, enquanto o guia passa as explicações.

Já quem procura plantações recentes, deve ir para um dos vales da moda, o de Casablanca, a 80 km de Santiago, que fica no vale de Aconcágua. Deve-se tomar a rota 68, estrada que leva ao balneário de Viña del Mar.

Os primeiros hectares de uva foram cultivados ali em 1982 por Pablo Morandé, da vinícola que leva seu nome (www.morande.cl). Quem visitar as bodegas do novato vale de Casablanca verá que as construções para acolher turistas são mais grandiosas e novíssimas, se comparadas às do vale de Maipo. A Veramonte (www.veramonte.cl) foi fundada em 1990 e sua primeira produção, de 1996, tem menos de dez anos.

A ampla bodega de visitação, inaugurada dois anos depois, lembra as grandes vinícolas de Napa pela superestrutura (a casa em estilo clássico tem 7.896 m2). Com muitos vidros e uma sacada, os visitantes vêem a plantação de uva, tendo a cordilheira ao fundo.

Quem tem apreço pelo vinho branco certamente se deliciará com a bebida desse vale, de onde vêm hoje os melhores brancos do país --a plantação de sauvignon blanc e de chardonnay ocupam 2.500 hectares em Casablanca.

Embora o forte seja o branco, na Veramonte vale provar o tinto Primus --um corte com merlot, carmenère e cabernet sauvignon.

Em um tour por vinícolas, os guias mostram a plantação, explicam quais as cepas de maior destaque no vale, as etapas da produção e mostram o maquinário. Cada vinícola tem sua história, como a adega da famosa Concha y Toro, na qual, reza a lenda, o fundador, don Melchor, reservava os melhores vinhos para si num porão habitado pelo diabo. Causos à parte, em alguns locais o turista pode circular pelos barris onde está armazenada a bebida. O tour acaba com uma degustação. Ou melhor, com o visitante levando uma garrafa de vinho.

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