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12/04/2007 - 10h42

Roma judaica: pedido de ajuda em guerra iniciou saga

PRISCILA PASTRE-ROSSI
Colaboração para a Folha de S.Paulo

É impossível ir a Roma e não visitar uma igreja. Elas estão por todo lado, em todos os bairros e, mesmo que você não tenha se programado para entrar em uma delas, acaba "caindo em tentação". Só em Trastevere, há sete igrejas de fundamental importância para a história do catolicismo.

No meio de tanta crença cristã na cidade que tem o papa como seu vizinho mais ilustre, uma sinagoga poderia destoar da paisagem. Mas não é isso que acontece. A centenária Sinagoga Romana, em Trastevere, se integra a ela, assim como o fez a população judaica em Roma ao longo da sua história.

Quem passar por Lungotevere Cenci, que significa à margem do "Tevere", como é chamado o rio Tibre, vai se deparar com esse imponente prédio. Para escreverem "A Milenária Presença de Judeus na Itália", as autoras Sema Petragnani e Anna Rosa Campagnano foram até lá --por sorte, em um animado dia de casamento-- e trouxeram, além de muita pesquisa, uma dica de passeio.

Há uma mostra permanente de objetos religiosos aberta à visitação. Entre os que mais chamam a atenção estão rolos de Torá, contratos de núpcias feitos em uma espécie de pergaminho, e candelabros usados em festas judaicas.

Durante a visita, é inevitável se perguntar como os judeus chegaram a Roma e conquistaram o seu espaço. Atualmente, eles estão espalhados por diversos bairros, mas ainda há resquícios do tempo em que Trastevere era conhecido como "gueto", nome dado ao local onde são confinadas as minorias religiosas ou raciais.

"Muita gente ainda usa essa expressão. Além disso, em Trastevere você esbarra em açougues 'kosher' e padarias que fazem o chalá, o pão trançado típico dos judeus", diz Sema, ressaltando o quanto o bairro conserva a história desse povo.

A primeira notícia que se tem da presença de judeus em Roma data do ano 161 a.C., quando Judas Macabeu enviou emissários até a cidade para que pedissem auxílio à guerra que a Judéia estava travando contra a dinastia da Síria helenizada.

Os anos se seguiram com judeus saídos principalmente de Alexandria e das ilhas gregas chegando não somente em Roma como também em regiões do sul da Itália. As chances de trabalhar com o comércio fizeram com que eles gostassem do lugar e permanecessem.

Tudo vai bem até Pompeu, chefe militar romano no Síria, romper o pacto com a Judéia, fazer dela um estado tributário e conquistar Jerusalém.

"Foi quando os judeus, então prisioneiros, começaram a entrar na Itália como escravos", explica Sema. Os que já estavam estabelecidos no país compravam os companheiros para, logo depois, soltá-los.

Outros teriam sido soltos pelo próprio Pompeu, quando ele viu que não conseguiria de forma alguma fazer com que eles trabalhassem aos sábados.

Trastevere foi o primeiro bairro ocupado por eles, fazendo com que a comunidade judaica de Roma se tornasse conhecida como a mais antiga do Ocidente.

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