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26/07/2010 - 07h38

Livro "Delete" defende o ato de esquecer na era digital

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BRUNA BITTENCOURT
DE SÃO PAULO

O esquecimento pode ser menos prejudicial do que pensamos --ao menos no território da internet.

Em "Delete - The Virtue of Forgetting in the Digital Age" ("Delete - A Virtude de Esquecer na Era Digital", editora Princeton), o professor de Harvard Viktor Mayer-Schönberger defende que nossa sociedade perdeu a capacidade de esquecer.

Isso graças ao que ele chama de memória digital --a qualidade que a internet tem de armazenar informações.

No livro lançado em 2009, Mayer-Schönberger traz episódios reais de pessoas que sofreram pré-julgamentos ou foram prejudicadas por informações suas que haviam divulgado na rede.

O autor ainda nos lembra como disponibilizamos esses dados --seja por uma simples pesquisa no Google ou uma compra on-line usando cartão de crédito. Mas sugere alternativas para mantermos nossa privacidade sem abdicar da internet.

Além do viés alarmista, Mayer-Schönberger mostra também como o ato esquecer influenciou nossa história.

Confira abaixo trechos da entrevista dada à Folha, por e-mail.

FOLHA - O que mais o surpreendeu durante a pesquisa para "Delete"?
VIKTOR MAYER-SCHÖNBERGER - Eu comecei pensando que o esquecimento era principalmente um aspecto da privacidade. Mas aprender a importância do esquecimento para a nossa própria faculdade mental foi provavelmente a minha maior surpresa.

O senhor acredita que devemos ser mais cuidadosos com as informações que dividimos na internet?
Acredito que sugerir que alguém não use as ferramentas digitais é algo fora da realidade. Elas têm bastante valor. É por isso que datas de validade [para as informações que disponibilizamos na internet] seriam melhor --nós ainda poderíamos usar os instrumentos, mas as informações não ficariam guardadas para sempre. Meu conselho aos usuários da internet seria o de utilizar serviços que ofereçam mais controle sobre a informação.

O senhor Acha que somos negligentes com nossa própria privacidade hoje?
Eu diria que dividimos mais informação do que faríamos, se soubéssemos de todas as implicações que isso terá nos nossos futuros.

O seu livro defende a importância de esquecer de diversas formas. Quais são as consequências da memória digital?
São duas consequências. A primeira é o perigo de que, se as pessoas perceberem que tudo o que elas dizem on-line pode ser usado contra elas nas próximas décadas, nós empobreceríamos intelectualmente como uma sociedade livre que discute abertamente os assuntos relevantes. A segunda é que a lembrança digital pode nos impedir de agir no presente por nos prender ao passado, e assim ela nos nega a habilidade de evoluir, mudar e crescer como seres humanos.

 
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