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22/11/2010 - 09h31

Filme conta a história do skate no Brasil pelas manobras de quatro ídolos do esporte

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IURI DE CASTRO TÔRRES
DE SÃO PAULO

Aos 13 anos, em 1988, Cristiano Matheus pediu um presente incomum para seu pai: queria uma pista de skate.

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Skate influenciou guarda-roupa moderno

Atendendo ao desejo do filho, Nelson construiu a Ultra, pista que mudaria a história do skate no Brasil.

O local virou ponto de tombos e manobras que levaram quatro brasileiros ao topo do ranking mundial do esporte.

Essa é uma das histórias do documentário "Vida sobre Rodas", que Daniel Baccaro lança na sexta-feira.

O filme passeia por uma importante época do skate no Brasil, os anos 80 e 90, quando as rodinhas tomaram as ruas das cidades e viraram referência de contracultura, influenciando música, moda e comportamento.

Bob Burnquist, Sandro Dias, Cristiano Matheus e Lincoln Ueda são os protagonistas do longa.

Os skatistas amadores também devem curtir o filme. São 3,8 milhões de praticantes no país, segundo a Confederação Brasileira de Skate. De acordo com a entidade, é o esporte mais praticado no Brasil depois do futebol.

"Eu andei muito de skate com essa galera", diz Baccaro. "E os pais do Lincoln e do Cris tinham um grande acervo de vídeos da época."

Em 2004, começou o processo de catalogação: 150 horas de vídeos e 5.000 fotos.

Sem seguir a ordem cronológica, o filme aposta na fluidez de histórias e no carisma dos entrevistados.

Os melhores relatos são o de Thronn, muito engraçado, e o de Glauco, o terror da pista de São Bernardo.

Eduardo Anizelli/Folhapress
da esq. para direita, Sandro, Daniel, Lincoln e Cristiano, do documentário "Vida sobre Rodas", na pista de skate do Sumaré crédito: Eduardo Anizelli/Folhapress
Da esq. para direita, Sandro, Daniel, Lincoln e Cristiano, do documentário "Vida sobre Rodas", na pista de skate do Sumaré

JÂNIO E COLLOR

Invasores naturais do espaço urbano, os skatistas têm uma relação de amor e ódio com praças, calçadas e corrimãos das cidades: adoram andar por aí, desde que não sejam incomodados.

Em "Vida sobre Rodas", vemos a luta contra o então prefeito de São Paulo Jânio Quadros (1985-1988). O político proibiu a prática do esporte na cidade; a permissão só veio na administração de Luiza Erundina (1989-1992).

Outro político que complicou a vida dos skatistas foi o ex-presidente Fernando Collor (1990-1992). Seu plano de controle da inflação quebrou empresas ligadas ao esporte.

O "plano Collor" também obrigou o pai de Cris a fechar a pista Ultra, para alugar o galpão na avenida Morumbi.

A falta de patrocínios forçou a geração seguinte de skatistas a apelar para a filosofia do "faça você mesmo".

Nessa parte da história entra a turma de Alexandre Vianna, diretor do documentário "Dirty Money", disponível para download gratuito em dirtymoney.com.br.

O "dinheiro sujo" do nome era um grupo de amigos que filmava as próprias manobras e rolês por São Paulo.

"Mais do que contar uma história do skate, queria mostrar que a sua essência é a amizade", diz ele.

"Para mim, andar de skate é uma terapia, esqueço de tudo", diz Matheus Coleto, 16, skatista há três anos.

"É a melhor coisa do mundo", emenda Davi Arato, 17.

Melhor skatista do mundo, Bob Burnquist manda um recado para quem está começando. "O mais importante no skate é: caiu, levanta!"

Editoria de Arte / Folhapress/Editoria de Arte / Folhapress
Menino Skatista
Menino Skatista

FRASES

"O skate é uma eterna evolução. Um desafio constante com o que é possível criar"
BOB BURNQUIST,
primeiro skatista a fazer a manobra 900º em uma mega-rampa

"Skate é tudo: trabalho, diversão, terapia e, principalmente, amizade"
SANDRO DIAS,
pentacampeão mundial

"Skate é um psicólogo. Desligo de todos os problemas quando estou andando"
LINCOLN UEDA,
ganhou quarto lugar no mundial de 1989, abrindo as portas para o Brasil

"Sofri um acidente de carro, e o médico disse que não andaria mais de skate. Dei a volta por cima"
CRISTIANO MATEUS,
terceiro lugar no mundial de 2000

 
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