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17/03/2011 - 10h00

Dono do cão Fiuk, Serguei estreia programa virtual

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ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE SÃO PAULO

Serguei gosta de cultivar árvores, para poder abraçá-las depois. Mas o que lhe rende frutos mesmo é a fama de "porra-louca" do rock brasileiro.

Nascido Sérgio Augusto Bustamante há 77 anos, ele vive rodeado pela natureza no "Templo do Rock", como chama seu sítio em Saquarema (RJ). Lá, tem a companhia de seus dois cachorros: Fiuk, "uma gracinha" batizada em homenagem ao cantor, e Lia.

Os visitantes vão encontrar "uma casa 100% americana e 100% hippie", com almofadas espalhadas pelo chão e parede coberta por fotos de vários ícones do rock. Um deles é Janis Joplin, que Serguei jura ter sido ex-peguete sua, no final da "explosiva, espontânea e louca" década de 60.

É nesse "templo" que o roqueiro grava o programa "Serguei Rock Show", exibido a partir de hoje, às 17h, no site do Multishow.

Nas esquetes, ele fala sobre sexo (quase tão bom quanto fazer, garante) e entrevista outros malucaços da cena underground, como Rogério Skylab e Zéu Britto.

Também dá uma canja com sua banda, a Pandemonium. Ao telefone, ele cantarola uma das músicas, "Rolava Bethânia", para a reportagem do Folhateen: "Era uma festa muito doida/ Alguém me deu um rum, eu tomei/ Tinha um cara do meu lado/ Dizendo que foi caso do Ney/ Rolava Bethânia! E o dono da festa era gay".

UNPLUGGED

Apesar de estrelar um programa virtual, Serguei não tem computador em Saquarema --nem sente falta de um. Afirma ter pavor da geração que troca o olho-no-olho por salas de bate-papo.

No Twitter, um perfil com seu nome tem mais de 46 mil seguidores (Serguei diz que não escreve nele, mas fica a par do conteúdo com a ajuda de um amigo). Alguns comentários por lá traduzem o mais puro "espírito sergueniano".

"Acabei de mandar vibrações positivas pra mim mesmo. Não sei se isso é cosmicamente antiético. Não resisti."
"Só usarei gravatas no dia que inventarem uma que dê lambidas no pescoço. Aí sim."
"Vou colocar já minha sunga de crochê branca e tomar um banho de mar para atrair energias psicodélicas para o mundo."

Filho da "geração flower power", Serguei exalta seu caso de amor com as cores. O rock colorido de Restart e cia., contudo, não faz sua cabeça.

Em agosto passado, conta, encontrou Fiuk no Prêmio Multishow e se ajoelhou "diante da beleza dele". Mas também aproveitou "para reclamar bastante do rock nacional de agora".

Vai, Serguei: "As letras parecem de pagode. [...] Parece que todo mundo cortou o cabelo no mesmo lugar, comprou as roupas na mesma loja".

Um alívio, ao menos, o roqueiro teve: "Finalmente dispensaram aquele maldito boné do Pato Donalds, com a aba horrorosa na frente".

Para ele, bom mesmo eram os anos 60 e 70, tempos de amor livre e mente aberta.

"Os muros de Paris, São Paulo, Rio eram pichados assim: 'É proibido proibir'. Todo mundo calçou um tênis, botou uma guitarra no ombro. E fomos em frente."

Agora, o que Serguei mais faz é olhar para trás: um passado com alguma paz, muito amor e um bocado de rock 'n' roll.

Marianna Gomes/Folhapress
O roqueiro carioca Serguei
O roqueiro carioca Serguei
 
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