Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
17/04/2011 - 12h38

Destaque do Abril Pro Rock, Tulipa zomba de rótulos com 'pop florestal'

Publicidade

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
ENVIADA ESPECIAL A RECIFE

Olha só, Tulipa Ruiz tem um recado para você. Na verdade, é uma careta.

É aquela coisa: vira e mexe alguém tenta liquidificar num mesmo sopão musical o som dessa santista radicada na pequenina São Lourenço (MG) e "repaulistada" na juventude.

Com Misfits, punk 'dos infernos' marca primeiro dia do Abril Pro Rock

Nova geração de São Paulo! Programa de indie! Neo-MPB!

Quente ou frio, Tulipa?

"Aí eu gosto de brincar que faço pop florestal", ela conta com uma careta (a única) que em instantes dá lugar a um sorriso (dos vários), em um restaurante de Recife, onde fará show no festival Abril Pro Rock neste domingo (17).

A não ser que um integrante do Greenpeace te convide para fazer batuque no meio da mata, você pode ficar à vontade para estranhar esse tal de ritmo da floresta.

Com uma definição que explica absolutamente nada, Tulipa diz bastante. Pop florestal, "já que eu vim de Minas, moro em São Paulo e misturo os dois lugares", é um peteleco nas tentativas de rotular o som que faz, afirma a cantora.

Anna Virginia Balloussier/Folhapress
A cantora paulista Tulipa Ruiz, que se apresentou no 2º dia do Abril Pro Rock, em Recife
A cantora paulista Tulipa Ruiz, que se apresentou no 2º dia do Abril Pro Rock, em Recife

Quando tinha 16 anos, Tulipa não sabia o que queria da vida. Nem pensava em faculdade (mais tarde, acabou em comunicação, na PUC). Tampouco em viver de música --embora ela seja filha de quem é: o jornalista musical e guitarrista Luiz Chagas, que acompanhou Itamar Assumpção por uns tempos na banda Isca de Polícia.

Na época, a garota fazia canto lírico e integrava um grupo de performance "que fazia umas vinhetas musicais". "Meu sonho era trabalhar numa loja de discos."

Quinze anos depois, ela está aí, uma das artistas mais aclamadas da tal "nova geração neo-MPB". Seu disco de estreia, "Efêmera", participou de várias listas de melhores de 2010.

UNIDOS VENCEREMOS

Apesar do título do primeiro trabalho, Tulipa não pretende passar batido. Também não quer fazer parte do "bloco do eu sozinho".

Em São Paulo, a artista poderia ser acusada de formação de quadrilha pelas bandas musicais. Ela é próxima de paulistas da cena independente, como Tiê, Thiago Petit e Marcelo Jeneci. "São pessoas que se conhecem, que andam juntas, independente da música."

A família também está por perto. Em São Paulo, ela divide apartamento com o irmão Gustavo, que toca nos shows e dá uma força nas composições. O pai, outro colaborador, mora logo na esquina.

"A gente funciona como uma produtora, fazendo coisa toda hora."

Assim "Efêmera" foi produzido: garimpando um material feito em família --a de verdade e a que ela escolheu (as participações vão de Tiê a Dudu Tsuda).

Elogiado lá fora, o álbum saiu recentemente por um selo inglês, o Tololo, que já havia importado um disco da Orquestra Imperial há quatro anos.

Daqui a alguns anos, quem sabe, Tulipa quer "ter uma horta gigante". Em 2011, contudo, ela pretende colher os frutos de "Efêmera", com uma turnê pelo Brasil.

RECEITA

Também desenhista, Tulipa sabe que deu sorte. Pôde rabiscar à vontade seu futuro. "Meu pai é músico, nunca teve coragem de dizer: 'Não vai viver de música'."

Mas, quando sacou qual era a dela, ela reconhece que ficou "um pouco temerosa".

"Não sabia como é ganhar a vida com música. Mas é simples."

Anota aí: "Fazer música é ser criativa. Além disso, entender todos os processos que envolvem a música. Se você quer ter banda, dá um jeito de gravar, entenda de produção, saque de editais, saiba escrever um release".

"Simples." Ela joga a cabeça para trás e sorri. Um retrato florido do estrelato, em que basta estalar os dedos para a mágica acontecer, não faz a cabeça dessa Tulipa.

A repórter ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER viajou a convite da Petrobras

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter

Publicidade

  • Carregando...

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página