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Crítica - Documentário

Melancólico, filme revê passado de Neil Young

Em 'Neil Young Journeys', músico volta à sua cidade natal, onde faz show e relembra a mocidade com nostalgia

ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA

"Neil Young Journeys" (2011) é o terceiro filme sobre Neil Young dirigido por Jonathan Demme ("O Silêncio dos Inocentes") depois de "Heart of Gold" (2006) e "Trunk Show" (2009). O longa será exibido hoje, às 19h, no CineSesc, dentro da programação do festival In-Edit Brasil.

Em "Journeys", Young, 67, volta à cidade onde cresceu, Omemee, em Ontario, no Canadá, antes de realizar um show no teatro Massey Hall, em Toronto, onde nasceu.

É um filme nostálgico e melancólico, em que Neil Young lembra a infância, conta histórias de sua mocidade e mostra alguns lugares marcantes de sua vida. No documentário, as entrevistas são intercaladas com imagens do show.

Para fãs de Neil Young, vale a pena ver "Journeys" não só para saber mais sobre os primeiros anos do compositor, mas também para conferir o show, que fez parte da turnê de "Le Noise", um dos discos mais desafiadores e radicais que Young gravou nos últimos anos.

Ajudado pelo produtor Daniel Lanois, Young abdicou de músicos de apoio e gravou "Le Noise" sozinho, usando apenas uma guitarra e inúmeros efeitos de eco. O resultado foi um disco pesado e fantasmagórico, cheio de microfonias e tons sombrios.

No show, Young também canta clássicos de seu repertório, como "Down by the River", "After the Gold Rush", "I Believe in You" e "My My, Hey Hey (Out of the Blue)".

Durante "Ohio", música de protesto contra a morte de quatro estudantes da Universidade Kent State, em 1970, Demme mostra imagens de arquivo sobre o evento, em que soldados abriram fogo contra estudantes.

Para fãs menos obsessivos por Neil Young, o filme pode parecer detalhista demais. O compositor mostra o lugar onde matou uma tartaruga, a casa de meninas por quem era apaixonado, e uma escola batizada em nome do pai, Scott, um jornalista e autor muito conhecido no Canadá.

Quando dirige por Omemee, Young lamenta as mudanças trazidas pelo progresso e diz que não reconhece mais a cidade. Quem conhece a obra de Young sabe que isso não é novidade. Boa parte de suas músicas são divagações nostálgicas.

Young sempre teve uma relação próxima com o cinema. Já dirigiu filmes sobre suas apresentações, incluindo um documentário com o grupo Crosby, Stills, Nash & Young.

O músico também colaborou com o cineasta Jim Jarmusch na trilha sonora de "Dead Man" (1995) e deixou Jarmusch registrar uma memorável turnê com o grupo Crazy Horse em "Year of the Horse" (1997).

Dos três filmes que fez com Jonathan Demme, o melhor é "Heart of Gold", registro de um emocionante show que Neil Young e banda fizeram no Ryman Auditorium, em Nashville (EUA).


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