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Montagem debate ideias renascentistas

Ator Tadeu Di Pyetro interpreta personagens e visões de mundo distintas no monólogo 'Da Vinci, Maquiavel e Eu'

Com direção de Elias Andreato, espetáculo tem sessão de estreia hoje às 18h30 no teatro MuBE Nova Cultural

MARCIO AQUILES DE SÃO PAULO

Dois definidores do pensamento renascentista interpretados por um mesmo ator: assim funciona o monólogo "Da Vinci, Maquiavel e Eu".

Movido pelo desejo de vislumbrar qual seria a visão dos artistas e pensadores italianos hoje, o ator Tadeu Di Pyetro retrabalhou um texto do dramaturgo Chico de Assis para refletir sobre processos sociais contemporâneos.

"Quero realizar esta simbiose entre os dois para enfrentar o desafio das informações múltiplas de nosso tempo. O humanismo era um novo eixo, mas se perdeu. É um jogo teatral para instigar ao conhecimento", diz Pyetro.

Estudioso da obra de Leonardo da Vinci há oito anos, o ator se debruça sobre aspectos dessas figuras e suas "visões antagônicas": a de Da Vinci, pautada por "sonho, natureza e poesia"; e a de Maquiavel, por "política" e "domínio entre as pessoas".

"É o questionamento sobre o que importa mais: o idealismo do primeiro ou o pragmatismo do segundo?"

Pintor, escultor, músico, arquiteto, botânico, matemático, inventor: são incontáveis as atividades exercidas por Da Vinci (1452-1519). "No entanto, era considerado na época como semianalfabeto, por se expressar em italiano e latim vulgar", conta Pyetro.

Em cena, a atitude do personagem é simples. Começa explicando a ausência de sobrenome e a atribuição da alcunha da vila onde nasceu para sua designação.

Autor da obra "O Príncipe", tido como fundador da ciência política moderna, Maquiavel (1469-1527) esbraveja sobre equívocos que lhe são impostos, como a incorreta atribuição da frase "os fins justificam os meios" a ele.

Queixa-se também da apropriação de seu nome como adjetivo para representar perfídia, falsidade e má-fé.

Pyetro constrói um registro único para cada papel. "São mudanças sutis na questão gestual, mas sem elucubrações desnecessárias ou malabarismos cênicos."

Convidado a dirigir o espetáculo, Elias Andreato acentuou as nuances dramáticas presentes na dramaturgia.

"Quando incorpora Maquiavel, ele tem que ser mais explosivo, com maior volume vocal, pois está em cena para se defender dos mal-entendidos que sua obra ainda hoje provoca. Já Leonardo está tranquilo, pode se sentar, não veio se defender", explica.


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