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Escultor exibe sua fauna fantástica em SP

Obras de Ângelo Venosa na Estação Pinacoteca parecem esqueletos e fósseis surreais

SILAS MARTÍ DE SÃO PAULO

No zoológico imaginário de Ângelo Venosa, os bichos foram perdendo a pele e depois o esqueleto, até que se tornaram abstrações anônimas.

Um dos escultores mais expressivos das artes visuais do país, Venosa mostra agora na Estação Pinacoteca toda a fauna e flora que inventou com fibra de vibro, couro, madeira e ossos. Suas formas lembram fósseis pré-históricos ou carcaças ao relento.

"É como construir uma silhueta, um esqueleto que depois ganha corpo", diz Venosa. "Tem uma coisa meio esquisita, híbrida, um galho que vira coisa construída."

Ou um corpo humano que se desmancha num emaranhado de linhas aplastadas contra o chão, quase uma poça. Numa das obras, Venosa usou imagens de cortes transversais de um cadáver e transformou o contorno dos órgãos num desenho abstrato que se alastra pelo piso do museu.

Mas tudo começou com formas mais sólidas. No começo da carreira, nos anos 1980, o artista tinha uma preocupação construtiva. Pensava esculturas como espécies orgânicas que tinham, além da superfície, uma estrutura interna de sustentação, ou vértebras sob a pele.

Na primeira sala da mostra, uma enorme estrutura de madeira lembra o esqueleto de uma baleia que encalhou por ali. Mais adiante, formas suspensas do teto parecem lulas gigantes ou monstros marinhos, transformando o espaço do museu numa espécie de oceano fantástico.

Em menor escala, Venosa também se esforçou para construir formas híbridas, fundindo o vocabulário de formas vegetais e animais, como galhos de árvore que poderiam ser ossos de um bicho.

Também fez dentes que emergem de estruturas de parafina, como se congelasse em escultura a gênese de uma espécie. Mas ele nega que faça referência a coisas reais. "Fiz os trabalhos sem pensar em nada", diz Venosa. "É uma liberdade imaginária."


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