Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Acontece

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Crítica - Drama

Vídeo, dança e música intensificam desespero de Sarah Kane

CAROLIN OVERHOFF FERREIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Psicose 4h48", de Sarah Kane, não é uma peça convencional. É um fluxo de consciência, com textos poéticos e associativos, descrições de efeitos de antidepressivos e breves diálogos sobre o mal-estar psíquico de uma jovem mulher.

A decisão do diretor Laerte Mello de transpor este texto para um espetáculo que usa diversas linguagens --projeção de vídeo, dança, música ao vivo-- é acertada. Desvela sua densidade e o desespero da autora que, pouco depois de completá-lo, suicidou-se.

As atrizes Claudia Piassi, Daniela Theller, Elisa Porto, Erika Máximo e Renata Aspesi se revezam na representação da narradora em tratamento psiquiátrico. Felipe Schermann, Leandro D'Errico e Thomas Basso contracenam no papel de médico.

O próprio diretor toca contrabaixo, enquanto os atores tocam piano e guitarra.

A ausência de uma cenografia --há apenas cinco assentos--, a juventude dos atores e um certo amadorismo na execução da coreografia inspirada na expressão livre da dança moderna emprestam um ar de experimentalismo e simplicidade aos sentimentos profundos da protagonista.

Os textos pronunciados pelas cinco jovens em estado de perturbação ganham traduções cênicas, corporais ou audiovisuais que expressam um mal que não tem cura.

Isto fica evidente até no momento em que a possível melhora é traduzida no adestramento da paciente por parte do psiquiatra. É um de muitos exemplos da leitura delicada e atenta da peça.

Embora a singeleza dos meios tenha um charme inegável, uma cenografia mais sofisticada e uma melhor preparação dos atores para a dança teriam sido benéficos para o espetáculo.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página