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Giana Viscardi põe afinação a serviço dos ritmos afros

Após hiato de oito anos em busca de nova sonoridade, cantora lança seu 3º álbum, 'Orum', no Sesc Pompeia

Demora em gravar disco quase a fez perder música inédita composta para ela: 'Pensaram em mandar para a Maria Bethânia'

CARLOS CALADO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quem já a ouviu cantar em casas noturnas paulistanas, como no Ó do Borogodó ou no Baretto, sabe que ela é diferente dessas cantoras cheias de trejeitos e com vozes diminutas que surgiram nos últimos anos. Além de possuir um belo timbre vocal, Giana Viscardi é afinada, tem ótima dicção e não apela para sussurros, como fazem várias de suas colegas.

O rosto de menina esconde a experiência dessa intérprete e compositora com quase 20 anos de carreira. Giana vai lançar seu terceiro álbum --"Orum", muito bem produzido por Alê Siqueira-- amanhã, em show no Sesc Pompeia, em São Paulo.

"Eu não queria gravar outro disco só por gravar. Estava em busca de um caminho diferente", conta a cantora, justificando o hiato entre esse álbum e o anterior, "4321", que saiu em 2005.

Viscardi só achou o que procurava ao ouvir a Orkestra Rumpilezz, em um show na Virada Cultural de 2010.

A música do maestro e instrumentista Letieres Leite, calcada no rico universo rítmico da percussão afro-baiana, a deixou "em estado de graça", relembra. Na mesma noite em que se conheceram, Giana o convidou a criar os arranjos para seu disco.

"Depois disso fui a Salvador algumas vezes, viajei e cantei com a Orkestra Rumpilezz, para assimilar essa linguagem musical e conviver mais com o Letieres. Ele é um mestre de generosidade muito grande", elogia.

Cinco canções do álbum foram compostas por ela, três delas em parceria com o violonista Michi Ruzitschka. Entre os autores que assinam outras faixas estão Chico César, Dani Black, Clima e Fábio Barros. Há ainda a doce releitura de "Canção do Amor que Chegou", que Carlos Lyra e Vinicius de Moraes criaram para o musical "Pobre Menina Rica" (1963).

Destaque no repertório dos shows da cantora já há alguns anos, "Linda" (de Caê Rolfsen e Celso Viáfora) também está no disco. "Ganhou uma nova vida com o arranjo do Letieres", avalia a intérprete. Como no disco, Giana também terá a seu lado o maestro baiano e o violoncelista Jaques Morelenbaum, na apresentação de amanhã.

A demora em gravar o disco quase a fez perder a inédita "19 Luas", composta para ela por Chico César e Michi Ruzitschka. "Eles até pensaram em mandar essa música para a Maria Bethânia. Tive que ganhá-la na unha", conta a cantora, aliviada.


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