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Para argentino, mercado inibe mudanças no teatro

Mariano Pensotti monta espetáculo 'Cineastas' na programação da MITsp

Diretor afirma que há uma demanda dos circuitos que dificulta interação das peças com as outras artes

DE SÃO PAULO

Na primeira metade de sua programação de 11 dias, a Mostra Internacional de Teatro (que termina no domingo) explorou caminhos entre o teatro, as artes visuais e a dança. Na sexta, haverá uma janela para o cinema, com a peça argentina "Cineastas", no Auditório Ibirapuera.

Neste ponto da mostra, que tem como um dos pilares conceituais o cruzamento de disciplinas, começa a surgir a dúvida. Ao desvendar a vontade latente de estilhaçamento das fronteiras, sobem ao palco também as contradições do modelo palco-plateia.

Ainda que a mostra reitere vocação para aberturas, prevalece o formato em que o espectador assiste à peça de sua poltrona. Há uma exceção, o espetáculo "De Repente Fica Tudo Preto de Gente", de Marcelo Evelin.

"Cineastas" quebra alguns limites, associados ao uso de mídia sobretudo, mas com a plateia em seu lugar.

"A sensação é de que as fronteiras entre as artes estão mais turvas, mas ao mesmo tempo há uma demanda do mercado, uma demanda econômica, para que as obras possam ser comercializadas ou exibidas em circuitos, e isso dificulta uma verdadeira interação entre disciplinas", diz Mariano Pensotti, diretor de "Cineastas".

Em seu espetáculo, ele apresenta quatro cineastas. Os personagens falam sobre suas vidas e suas ideias e, na parte superior do espaço cênico há, há a representação e o cruzamentos do que é descrito embaixo.

Redescobre-se na peça o sentido de instalação, como em "Sobre o Conceito de Face no Filho de Deus", peça do italiano Romeo Castellucci esculpida ao redor da reprodução de uma imagem de Jesus, exibida no primeiro fim de semana da mostra.

Pensotti acredita, no entanto, que o teatro é um campo com maior capacidade de provocar cruzamentos. Formado em artes visuais e cinema, ele redescobriu sua carreira ao optar pelo palco. "Encontrei no teatro um espaço de liberdade para criar obras que, de alguma maneira, devoram outras artes", diz.

"Em Buenos Aires", prossegue Pensotti, "há nos últimos anos uma geração que faz teatro sem proceder especificamente do teatro, diretores que surgiram do cinema, das artes visuais. Isso cria um ambiente onde lentamente as disciplinas se contaminam."


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