Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Acontece

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Ator-fetiche ganha ampla retrospectiva no CCBB-SP

Mostra de Louis Garrel traz 15 longas e dois curtas da filmografia do francês

Ciclo, até o dia 27, exibe todos os seis filmes da parceria com Christophe Honoré, entre eles "Canções de Amor"

CÁSSIO STARLING CARLOS CRÍTICO DA FOLHA

Nem bem galã, como foi Alain Delon, nem ator assombroso, como Jean-Louis Trintignant, Louis Garrel pertence, mesmo assim, àquela espécie de intérprete que magnetiza o olhar.

A mostra "Louis Garrel, o Ator Fetiche do Cinema Francês", de hoje até dia 27, no CCBB-SP, reúne 17 títulos, incluindo dois curtas em que atuou no papel de cineasta: "Meus Camaradas" (2008) e "Aprendiz de Alfaiate" (2010).

Nascido numa família cinematográfica -seu avô, Maurice Garrel, é ator, sua mãe, Brigitte Sy, é atriz e diretora, e seu pai, Philippe Garrel, é diretor-, Louis estreou no cinema aos seis anos, em "Les Baisers de Secours", realizado pelo pai em 1989.

Mas foi já adulto, com 20 anos, que sua face começou a impregnar a tela em "Os Sonhadores", no papel de um dos irmãos entregues a jogos cinéfilos-eróticos durante os abalos juvenis do Maio de 1968. O filme de Bernardo Bertolucci, de 2003, foi o primeiro do ator a ganhar visibilidade internacional.

Dois anos depois, Louis retornou ao revolucionário Maio de 1968 em "Amantes Constantes". O cinema opaco, cheio de arestas, de Philippe Garrel alcança um de seus ápices nessa crônica que conjuga a impossibilidade do amor e da revolução.

Entre os dois filmes paternos, Louis Garrel encontrou em Christophe Honoré um irmão e cúmplice.

Desde "Minha Mãe" (2004), o ator vem encarnando repetidas vezes a paixão e a frustração nos filmes de Honoré, como se pode conferir em cinco outros longas da mostra, incluindo "Canções de Amor" e "Não, Minha Filha, Você Não Irá Dançar".

A relação dos dois espelha a de François Truffaut com seu ator fetiche e alter-ego, Jean-Pierre Léaud, que, aliás, é padrinho de Louis Garrel.

Outro título que merece atenção é o delicioso "Atrizes", exercício ocasional na direção de Valeria Bruni Tedeschi, atriz e namorada de Louis. Aqui, fica evidente que muito do poder de sedução do ator vem da superposição da pessoa e da persona, um dos ilusionismos favoritos do cinema.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página