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Crítica exposição

Bruno Munari misturou arte e beleza em objetos do cotidiano

Bruno Munari fez parte de um grupo em extinção, que acreditava que a arte podia melhorar o mundo

FABIO CYPRIANO CRÍTICO DA FOLHA

Apesar de ter cerrado suas portas no parque Ibirapuera em dezembro passado, a 30ª Bienal de São Paulo continua em cartaz na cidade, com a exposição "Bruno Munari - Arte, Desenho, Design", no Instituto Tomie Ohtake (ITO).

Munari foi um dos 111 artistas selecionados pelo curador Luis Pérez-Oramas para a Bienal, mas suas obras foram alocadas para um dos espaços-satélite da grande mostra.
Assim como boa parte dos artistas exibidos no Ibirapuera, o italiano Munari (1907- 1998) é visto de forma abrangente, por meio de 63 trabalhos que abarcam todas as facetas de sua trajetória.

Sua obra expande-se do campo artístico para o desenho gráfico, o desenho industrial de objetos e a elaboração de jogos didáticos.

Dessa forma, Munari aproxima-se do brasileiro Waldemar Cordeiro (1925-1973), outro artista da 30ª Bienal que, partindo da arte concreta, atuou em outras áreas, em seu caso o paisagismo e a ilustração, entre outros.

A mostra no ITO contextualiza de forma adequada a obra do italiano ao exibir, na primeira das três salas dedicadas a ele, trabalhos que se relacionam com sua poética.
É o caso, por exemplo, da icônica "Unidade Tripartida", do suíço Max Bill (1908-1994), vencedora da primeira Bienal de SP, que influenciou a criação do movimento concreto no Brasil.

Nessa sala também estão obras de Lygia Clark (1920-1988), outra que partiu da arte concreta para uma poética mais radical.

NEOCONCRETO

Nesse sentido, o italiano aproxima-se em muito do neoconcretismo brasileiro. Sua série "Livros Ilegíveis", composta de papéis cartões coloridos, dispostos de formas inusitadas, lembram muito os livros dessa natureza de Lygia Pape (1927-2004) ou Anna Maria Maiolino.

Também a série "Escultura de Viagem", feita com papéis dobrados, lembra a poética neoconcreta.

Seu diferencial, contudo, está nos abajures, cinzeiros e fruteiras que, aliando os princípios de forma e função, aplicam o ideal da escola alemã Bauhaus a objetos do cotidiano.

A mostra de Munari, artista até então praticamente desconhecido no país, reforça uma das questões centrais da 30ª Bienal, que é apontar que a produção artística pode surgir em áreas distintas, não apenas no campo institucional das galerias e museus.

Ele fez parte de um grupo em extinção, que acreditava que a arte podia melhorar o mundo.

BRUNO MUNARI - ARTE, DESENHO, DESIGN
QUANDO de ter. a dom., das 11h às 20h; até 17/2
ONDE Instituto Tomie Ohtake (av. Faria Lima, 201, tel. 2245-1900)
QUANTO grátis
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO ótimo


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