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Jovens profissionais optam por formas extremas de exposição para conquistar os futuros chefes

DERLA CARDOSO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA (PAULA REVERBEL) DE SÃO PAULO

Um currículo que mostre formação e experiências profissionais ricas ainda é suficiente para conquistar a atenção de um recrutador? Jovens que buscam um lugar ao sol têm mostrado que não, e inventado novos meios de se destacar.

Há quem já tenha conseguido trabalho por meio de campanhas e vídeos na internet ou de currículos fora do padrão, na forma de infográfico, por exemplo.

Fernanda Romano, 38, sócia e diretora de criação da agência de publicidade Naked Brasil, contratou neste ano uma funcionária que fez uma campanha na web em que aparecia nua e pedia uma vaga na empresa.

"O que mais se ouve na publicidade é não', portanto eu aprecio --e muito-- a coragem dela ao fazer algo tão inusitado e potencialmente perigoso", afirma Romano.

Mas é preciso muito cuidado ao adotar esse tipo de estratégia, que ainda está restrita a setores como marketing e comunicação.

Raphael Falcão, diretor da empresa de recrutamento Hays, diz que, em segmentos mais tradicionais, é preciso se informar bem sobre o estilo da companhia antes de tomar esse tipo de atitude.

"Conheça muito bem a cultura e os profissionais de gestão antes de se expor. É necessário engajar-se de diferentes maneiras dependendo do lugar", recomenda.

O designer gráfico Abimael Silva, 27, criou uma versão do seu currículo em formato de infográfico para mandar às empresas. "Quis fazer algo que já funcionasse como portfólio e que mostrasse um pouco do meu estilo", conta.

Mas ele só optava por essa extravagância quando endereçava a imagem aos donos de pequenas agências, que são mais abertos a inovações, na opinião dele.

Devido à iniciativa, ele se tornou desenvolvedor de sites da empresa Sucesso Brindes.

Bruna Tokunaga Dias, gerente da consultoria Cia de Talentos, recomenda cautela especialmente no uso da internet, que pode causar alto nível de exposição pessoal e profissional. "Quando alguém usa a rede, pode surtir um impacto muito positivo ou muito negativo."

À MODA ANTIGA

Há recrutadores que rechaçam qualquer atitude fora do padrão na hora de enviar o currículo ou fazer apresentações diferentes em uma entrevista ou dinâmica.

"Um processo de contratação é uma situação formal. A pessoa corre o risco de cair do lado ruim", afirma Inês Perna, vice-presidente da Case Consultores, que trabalha há 30 anos com recrutamento. Ela diz associar o comportamento que o candidato tem na seleção à maneira com que ele se portará no futuro emprego. "Acho que o profissional cometerá essas extravagâncias na empresa."

DENTRO DA CAIXA

Entretanto, há meios de chamar a atenção mesmo sem sair do padrão. É importante, por exemplo, elaborar um currículo específico para cada vaga e empresa.

"Qualquer coisa que você puder customizar será bem-vinda", diz Eline Kullock, presidente da empresa de recrutamento Grupo Foco.

Ao detalhar as experiências profissionais, é recomendável indicar aquelas que são semelhantes às do posto pretendido. Isso vale também para os cursos realizados.

Kullock diz que, tanto em cartas de apresentação quanto em entrevistas, é interessante revelar os motivos pelos quais se quer trabalhar naquela organização. "Também vale mostrar que leu reportagens e acompanha os assuntos referentes à empresa", recomenda.

Dias defende que mostrar portfólios ou outros materiais é interessante, mas somente se for pedido pelo entrevistador. "Leve se isso for requisitado. Mostrar o que não foi pedido pode pegar muito mal."


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