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Pequenas gravadoras esperam chegada do Spotify ao Brasil
Maior serviço de transmissão de música pela internet prepara operação no país
" Quando a banda larga se popularizar, os serviços de streaming serão impulsionadosalexandre cavaloda banda Velhas Virgens
O maior serviço de música por streaming (transmissão on-line) do mundo, o sueco Spotify, deve começar a funcionar no Brasil.
A empresa está registrada na Junta Comercial de São Paulo desde fevereiro e, segundo o advogado Alexandre Verri, procurador da companhia no país, já contratou um diretor financeiro. Outros profissionais estão sendo recrutados. A companhia não comenta o assunto.
Recentemente, houve uma controvérsia sobre o serviço --o músico Thom Yorke, da banda Radiohead, tirou as canções de seus projetos paralelos do aplicativo por considerar que o Spotify não remunera bem novos artistas.
No ano passado, Damon Krukowski, que foi do conjunto Galaxie 500, já havia reclamado do Spotify. Segundo ele, por cerca de 6.000 execuções, o serviço pagou US$ 1,05 (cerca de R$ 2,40).
No Brasil há pequenas gravadoras e músicos que veem o serviço com bons olhos. Maurício Bussab, 49, diretor da distribuidora de música Tratore, afirma que o modelo de streaming "é o futuro".
Isso porque o modelo desse negócio não imita a venda de CDs, como acontece com as lojas da web que vendem fonogramas (como a iTunes Store ou a Amazon), algo que ele considera ultrapassado.
A remuneração ainda é baixa, ele diz, porque o número de assinantes é limitado. "No ano passado, a receita que tivemos com serviços de streaming foi semelhante à do iTunes", diz, mas sem revelar os números.
Um dos grupos do seu catálogo que têm receita relevante com esse tipo de sistema é a banda Velhas Virgens. O guitarrista Alexandre Cavalo, 44, diz que hoje o dinheiro vem de diversas fontes --vendas de discos, vídeos no YouTube etc.
"Mas, dentro dos próximos três anos, o streaming será a maior receita. É um pressentimento."