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Empresários usam livros para fazer marketing

Biografia também serve para mostrar cultura da empresa a funcionários

Empresários na faixa dos 40 anos, muitas vezes donos de negócios pouco conhecidos do grande público, querem ter as histórias de suas empresas contadas em livro --mesmo que não sejam grandes épicos.

Nas livrarias, encontra-se volumes sobre uma loja virtual de flores, um cemitério privado, uma empresa de serviços de TI, uma feira de artesãos e outros casos de sucesso que estão longe de serem gigantes.

"Volumes sobre a vida de empreendedores e seus negócios sempre existiram, mas eram sobre o fundador da Chrysler, o Sílvio Santos. Agora isso começou a se popularizar", afirma o dono da editora Matrix, Paulo Tadeu Vieira, 49.

A editora dele detém os títulos "Quem Quer Comprar um Túmulo?" (de Jayme Adissi; 96 págs; R$ 22) e "O Florista da Web" (de Débora Rubin; 116 págs; R$ 24). Este último é sobre a empresa Giuliana Flores, de Clóvis Souza, 43.

"Eu distribuí para todos os gerentes, mas já fiz um novo pedido e vou dar o livro para todos os meus funcionários", afirma o biografado, que emprega cerca de 150 pessoas.

O livro, diz, é uma forma de endomarketing, para explicar a história dele aos funcionários. O objetivo é que eles entendam qual é a "cultura" do fundador.

Ele conta que a iniciativa não partiu dele, mas da autora, a jornalista Débora Rubin.

Ela começou a apurar a história da empresa há cerca de um ano e meio. Além de conversas com o próprio Souza, pediu a ele que escolhesse entrevistados, como antigos fornecedores e pessoas que o ajudaram no começo de sua trajetória de empreendedor.

Segundo o livro, ele começou a trabalhar em floriculturas aos 12 e acabou virando um pioneiro do varejo pela internet no Brasil.

O empresário Tedd Albuquerque, 49, é autor do livro que conta a história de seu empreendimento ("Como Assim??!!..,"; ed. Biografia; 176 págs.; R$ 29,90), a feira de artesanato de mesmo nome. Ele conta que foi procurado pela editora para escrever e que aceitou o convite para incentivar pessoas que têm negócios que dão errado."Não dar certo faz parte. É importante para o futuro."

INSPIRAÇÃO

Pessoas que querem ter seus negócios são os principais alvos desse tipo de publicação. O empresário Caito Maia, 44, credita a esse público parte do sucesso do livro "E Se Colocar Pimenta?" (de Caito Maia e Rodolfo Araújo; ed. Campus; 221 págs.; R$ 58). Trata-se da história da marca de óculos Chilli Beans.

"É uma modalidade de empresa que a juventude do Brasil admira: as que eles viram crescer", afirma.

Ele aponta outras virtudes que fizeram o volume ir bem nas livrarias: "A história fomenta um sonho, é fácil de ler e as letras são grandes e agradáveis".

"E Se Colocar Pimenta?" é assinado a quatro mãos: além de Maia, há o nome do jornalista e escritor Rodolfo Araújo, 31. "Na verdade, o texto é meu", diz Araújo.

Maia afirma que ele realmente não construiu o texto. "Escrever não é meu forte, mas eu falei muito."

Araújo o escutava enquanto o acompanhava em viagens pelo Brasil e no dia a dia da Chilli Beans, que ele classifica como "intenso". O escritor descreve o coautor de sua obra como "uma espécie de popstar, que veste esse personagem".

Caito Maia tem planos para além do livro. "O meu sonho, um dia, é lançar um filme", afirma.

O coordenador da área de marketing da ESPM, Marcelo Pontes, afirma que recebe catálogos de editoras e tem notado a proliferação de títulos ligados à empresas relativamente jovens.

Ele tem críticas às publicações como uma estratégia de marketing. Isso porque, segundo ele, são poucos os que realmente leem.

"Esses livros geralmente contam a história da empresa e também a do fundador. Acho que trata-se de uma necessidade de falar bem de si."

Para Pontes, é preciso ter uma trajetória longa para, então, pensar em um livro. "O livro do Eike [Batista] mostra como é importante esperar."

"O X da Questão" (de Eike Batista, ed. Primeira Pessoa, 160 págs.; R$ 29,90), lançado no fim de 2011, tem o subtítulo "A Trajetória do Maior Empreendedor do Brasil".


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