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Carreiras e Empregos

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Grupos de empresários com origens, credos e objetivos comuns se unem para ganhar apoio e conquistar mercado

FELIPE GUTIERREZ DE SÃO PAULO

Empresários não se reúnem só em entidades setoriais, mas também por afinidades. Há associações de empreendedores de religiões, bairros e até orientações sexuais em comum.

Alexandre Motonaga, professor de administração da Fundação Getulio Vargas, afirma que segmentos de empresários, como comerciantes ou industriais, já se reúnem há tempos, mas agremiações formadas porque os donos têm algo em comum são mais novas.

"É uma tendência, mas é mais uma questão de identidade. Com a internet, fica mais fácil um grupo se formar", ele afirma.

A Associação Brasileira do Empresário Cristão está trabalhando para que empreendedores católicos aumentem os negócios entre eles e clientes que seguem a religião.

A entidade, que é vinculada à Igreja Católica, está oferecendo um curso de formação em solução de conflitos comerciais em conjunto com a PUC-SP.

A ideia é que os formados atuem em eventuais desentendimentos entre consumidores e empresários que estiverem na rede de indicações.

Quem está por trás das novidades da associação é o vice-presidente da entidade, Landi Dantas, 49.

Segundo ele, os padres estão engajados na divulgação do curso de solução de conflitos e, no futuro, irão falar sobre a indicação de pequenos empresários.

Os evangélicos também têm suas redes. Além de muitas igrejas organizarem encontros entre empresários, há uma instituição chamada Adhonep (Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno), que não tem vínculo formal com uma igreja, mas é voltada a evangélicos. Hoje eles têm 451 seccionais (chamadas de "capítulos") pelo país.

O vice-presidente da unidade da Adhonep da avenida Paulista, Yoshio Hayashi, 67, é um consultor do setor imobiliário. Ele conta que os empresários se encontram em jantares, ouvem palestras e se relacionam.

Segundo ele, a Adhonep não serve só para fazer negócios, mas também para "ouvir a palavra [mensagens bíblicas]". "De vez em quando aparece alguém que vai só para distribuir cartão de visita, mas não quer nada com Deus. A gente acaba descobrindo a intenção", diz.

GEOGRAFIA É DESTINO

Não são só as comunidades de pessoas de uma mesma religião que têm as suas redes de empresários. Em São Paulo, por exemplo, existe uma associação de empreendedores da zona sul.

O presidente Edvan Bezerra da Silva, 41, empresário do ramo de confecção, conta que o organização surgiu quando a prefeitura estudou trocar a mão de uma rua importante para o comércio local.

"Com o passar do tempo, o propósito da associação foi mudando. Hoje ela existe para que os empresários da região façam negócios entre si. A gente não precisa atravessar a ponte para nada. Queremos fomentar o comércio entre os associados."

Silva diz que a organização também faz lobby. O plano mais recente é pedir à prefeitura uma desoneração de IPTU para novas empresas --a administração municipal sancionou uma lei no fim do ano passado para negócios que abrirem na zona leste.

Há outras organizações de empresários oriundos de um lugar em comum. Existe, por exemplo, o Clube Brasileiro-Catalão de Negócios, cujo presidente é Ferran Royo, 55.

"É um clube de networking', um fórum para trocar informações e se ajudar."

Um evento de sucesso chega a ter cem pessoas, mas geralmente essa média gira em torno de 40, ele afirma.

"Já passamos por fases em que parecia que não teríamos continuidade. Agora tem muitos empresários de Barcelona tentando abrir negócios aqui, porque as oportunidades não estão surgindo na Espanha", afirma.

NÃO VINGOU

A comunidade gay de São Paulo ensaiou a criação de uma associação de empresários. Mas há cerca de dois anos a organização está parada, conta Douglas Drumond, 42, um dos empreendedores que estavam por trás da tentativa.

Ele diz que a falta de um espaço físico para os encontros interrompeu as atividades, mas que, no auge, as reuniões juntavam cerca de 12 empresários. Ele afirma que ainda deseja uma união mais forte dos empresários LGBT.

"A rua gay de São Paulo era a rua da Consolação. Mas as casas sofreram muita pressão dos vizinhos do bairro de Cerqueira César. Seria útil se a gente se juntasse para poder traçar um plano para responder esse tipo de problema em conjunto", diz.


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