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Vidraçaria de São Paulo fatura com depredação de bancos em protestos
Empresa ganha até R$ 20 mil para reparar as agências
Trabalhar aos sábados e domingos virou uma rotina para a empresária Lucivane Barbosa, 44. Ela é dona da vidraçaria Artvidros, na zona norte de São Paulo, e, do meio do ano passado para cá, não parou de receber chamadas.
A procura pelos serviços dela aumentou por duas razões: roubos e depredações a agências bancárias durante manifestações.
Por causa do protesto no aniversário de São Paulo, no último dia 25, ela foi com a equipe ao centro da cidade no domingo passado para pegar as dimensões dos vidros que foram arrebentados em uma agência da Caixa Econômica Federal.
A fachada e o interior do banco haviam sido quebrados por manifestantes.
Segundo Barbosa, como a agência inteira foi depredada, a conta deve ficar na casa dos R$ 20 mil "só de vidros", afirma. Ela trabalha com margem de lucro de 60% a 70%.
Ela diz que desde o começo dos protestos, em junho de 2013, já arrumou fachadas de cerca de dez agências.
Em uma delas, na avenida Paulista, até mesmo trocou o tipo de vidro que geralmente vai na construção: no lugar do temperado, que é mais resistente, mas se estilhaça inteiro, colocou os laminados, que racham, mas não saem do lugar.
Apesar do aumento do serviço ser bom para ela, Barbosa diz que não concorda com manifestações "que quebram tudo". Ela conta ainda que os assaltos a bancos que usam explosivos causam muito mais danos às agências e são mais frequentes.
UM SHOPPING
"Eu liguei para os nossos associados para saber se [as manifestações] estão causando um impacto no mercado. Eles não identificaram nada de excepcional", diz Celina Araújo, superintendente da Abravidro (Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos).
Ela diz que, apesar de vidros de agências bancárias serem estilhaçados a cada manifestação, isso não é significativo para o total do mercado. "Se [os manifestantes] quebrassem todos os vidros da avenida Paulista, isso seria o equivalente a um único shopping center."
