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Na era da rede social, pequeno empresário fatura oferecendo clube de assinatura de produtos como pão, cerveja e até esmalte

PEDRO HENRIQUE FRANÇA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Eduardo Flach e Lisa Lobão, nas reuniões dos alunos do programa de MBA da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), buscavam a ideia de um novo negócio. Nos encontros, regados a queijo e vinho, sentiam falta do pão para acompanhar. Daí veio a solução: inventaram uma espécie de clube do pão, o Los Paderos, em que assinantes recebem o item em casa.

Depois de dois anos do lançamento, estão com 1.000 clientes e fornecem para dez restaurantes. O serviço custa R$ 70 ao mês. "No nosso primeiro ano, faturamos R$ 200 mil, dentro das expectativas. Em setembro completamos dois anos com um cenário melhor e com perspectivas de expansão, com entrada no varejo", conta Flach.

Foi nessa mesma linha, de olho em suas próprias necessidades, que os gaúchos Rafael Borges, Pedro Meneghetti e Rodrigo Sztelzel montaram o Have a Nice Beer (Beba uma Boa Cerveja). A inspiração veio do livro "1.001 Cervejas para Beber Antes de Morrer" (Sextante, 957 págs., R$ 59,90).

Hoje são 5.000 associados, de todos os Estados do país. "Superou muito nossas expectativas", diz Borges. "Estamos, pelo menos, quatro meses à frente do nosso planejamento em número de assinantes e faturamento."

A uma taxa de R$ 68,90, o Have a Nice Beer entrega mensalmente quatro garrafas de dois rótulos diferentes.

O professor da FEA-USP e autor de livros como "Manual do Planejamento Estratégico" (Atlas, 168 págs., R$ 61), Martinho Isnard Ribeiro de Almeida, diz que o formato de clubes é "uma tendência moderna", fruto do intenso uso das redes sociais.

"Incentivo meus alunos a pensar em possibilidades que não são do seu círculo social", comenta o professor, chamando atenção para produtos que atendam demandas das classes em ascensão.

Guto Barros e os sócios Edu Barros e Luiz Ribeiro já entenderam o recado. Estão lançando o Esmalteria Club, sediado em Maceió (AL). A plataforma está disponível para o cadastro dos futuros assinantes. Em pouco mais de uma semana, conseguiram 2.000 pré-assinantes. "Esse é o nosso primeiro investimento como clube, mas já identificamos outras carências para desenvolver novos produtos -para bebês, por exemplo", diz Guto.