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Análise

Debate fica em torno de pistas indiretas com a falta de ossos

RICARDO BONALUME NETO DE SÃO PAULO

Não existe tema mais polêmico na ciência do que a origem do ser humano ou a sua disseminação pelo planeta.

Basta ver o título de um livro popular sobre o tema, "The Bones of Contention", que usa uma expressão que significa um assunto sobre o qual não há consenso. Poderia ser traduzido como "os ossos da discórdia".

No caso da colonização humana da América, o problema é pior: faltam ossos. São raros os sítios arqueológicos antigos com ossos humanos.

Muito do que se debate sobre o tema acaba sendo em função de pistas indiretas, como pedras lascadas que poderiam ser instrumentos de fabricação humana.

O sítio no Piauí sempre foi considerado um problema pela falta de provas concretas da presença humana. Uma grande ajuda aos seus defensores foi dada pelas pesquisas em Monte Verde, Chile, pela equipe do americano Tom Dillehay. Se havia gente no Chile, por que não no Piauí, mais perto da rota de migração vinda da Ásia?

Por exemplo, a equipe descobriu restos de algas marinhas em Monte Verde, indicando que poderiam ser uma das fontes de alimento dos antigos índios do sítio.

Monte Verde teria sido habitado há pelos menos 14 mil anos, mil anos antes portanto da cultura Clovis nos EUA.

Os antigos habitantes teriam percorrido uma rota pelo litoral oeste das Américas vindos da Ásia, embora também existam especulações sobre rotas marítimas.

A discussão dedica muita atenção às datas de povoamento e pouca ao cotidiano dos antigos colonizadores: o que comiam, onde moravam, como viviam, o que caçavam?

Para Nicole Waguespack, da Universidade de Wyoming, mais dados confiáveis são necessários e também "construções teóricas capazes de integrar tais dados".


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