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Radiação em viagem a Marte é ameaça à saúde de astronautas

Exposição equivale a uma tomografia de corpo inteiro a cada seis dias

SALVADOR NOGUEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os cientistas sempre souberam que um grande desafio para uma viagem tripulada a Marte era a radiação cósmica. Um novo estudo mede o tamanho do problema.

O resultado vem de um instrumento da nave que levou o jipe Curiosity ao planeta vermelho. O RAD (Detector de Medição de Radiação) mediu a incidência de raios cósmicos dentro do veículo em 220 dos 253 dias do trajeto.

Boa parte da radiação que incidiu sobre a espaçonave tem origem no Sol. O resto vem do espaço interestelar.

Tirando a média e estimando um tempo de trajeto mais curto para uma nave tripulada --180 dias--, a exposição dos astronautas seria de 0,33 sievert (unidade usada para estimar o nível de radiação).

Segundo Cary Zeitlin, do Southwest Research Institute (EUA), e colegas publicaram na revista "Science", as doses medidas são provavelmente realistas para missões humanas com tempo similar.

Considerando que um ser humano pode aguentar de 0,6 a 1,2 sievert durante seu tempo de vida sem aumentar significativamente o risco de câncer, parece seguro, não?

Mas somando o tempo da viagem de volta, a exposição total seria de 0,66 sievert --já acima do limite mínimo.

Para piorar, ainda há o tempo no planeta vermelho, onde há menos radiação que no espaço, mas ainda assim bem mais que na superfície da Terra. E a cereja do bolo: durante a viagem do Curiosity, o Sol andou calminho. Mas nem sempre ele é tão gentil.

Com a tecnologia atual, a saúde dos astronautas estaria ameaçada. Seria como fazer uma tomografia de corpo inteiro a cada seis dias --algo que nenhum médico recomendaria.

O problema é gravíssimo para o projeto Inspiration Mars, financiado pelo magnata americano Dennis Tito, que pretende despachar um casal rumo a Marte em 2018.

Pelos planos, a viagem inteira --que não inclui pouso, só um sobrevoo do planeta-- duraria 501 dias. A exposição total seria de 0,91 sievert.


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