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Plano do clima de Obama ignora oleoduto polêmico

Presidente anuncia meta para melhorar eficiência e ampliar energia limpa

Discurso destacou ação voluntária, parceria com setor privado e diálogos bilaterais com China, Índia e Brasil

RAFAEL GARCIA DE SÃO PAULO

O plano de ação climática anunciado ontem pelo presidente dos EUA prevê ampliar as instalações de energia renovável e melhorar a eficiência no consumo, mas não diz como lidar com os projetos de energia que mais geram controvérsia entre ambientalistas: o oleoduto Keystone-XL e a extração de gás de xisto.

Em discurso no qual disse querer conduzir as negociações globais para cortes de emissão de CO2 "liderando pelo exemplo", Barack Obama prometeu liberar terras para expandir projetos de energia solar e eólica e disse que vai impor limites de emissão para usinas termelétricas a carvão antigas (em 2011, usinas novas já haviam sido submetidas a restrições).

O anúncio era um evento esperado desde seu discurso de posse, em janeiro, quando prometeu tornar a mudança climática uma prioridade.

Como os EUA são historicamente o maior emissor de CO2 (recentemente foram passados pela China), a esperança de um acordo internacional eficaz para aplacar o efeito estufa depende de ação concreta por parte de Obama.

Ambientalistas que cobravam o veto à extensão do oleoduto Keystone-XL --para ligar o Canadá ao Texas e transportar petróleo de areias betuminosas, combustível fóssil cuja produção emite muito CO2--, porém, não ouviram nem sim nem não.

"Liberar o Keystone requer a constatação de que fazê-lo é do interesse da nação", disse Obama. "Interesses nacionais só serão servidos se esse projeto não exacerbar significativamente o problema da poluição por carbono."

GÁS DE XISTO

O plano de Obama também destaca o uso de gás natural como um combustível fóssil alternativo mais limpo que o país está produzindo mais.

O documento evita tratar, porém, dos problemas do "fracking" --a técnica de extração de gás de xisto que tem feito a produção aumentar nos últimos anos nos EUA.

Além de estar causando poluição de lençóis freáticos em alguns lugares, o gás de xisto está jogando no mercado um combustível abundante e barato, que concorre com a energia renovável, mas não é isento de emissões.

Além de propor alternativas para reduzir emissões, o plano de Obama também elenca uma série de medidas para adaptar o país ao aquecimento global, sobretudo melhorias estruturais contra tempestades e ressacas.

O plano também promete ampliar cooperações bilaterais com China, Índia e Brasil para facilitar um acordo futuro para redução de emissões. No discurso de anúncio, Obama aproveitou para reclamar do Partido Republicano, que está barrando a nomeação de sua secretária de ambiente, Gina McCarthy.

"Esse plano é uma tentativa de mudar a velocidade do jogo do clima, que ficou meio estagnado no fim do primeiro mandato de Obama", diz Carlos Nobre, secretário de políticas de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil. "Torcemos para que haja uma retomada dessa agenda."


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