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ONGs apoiam reserva, mas atacam usina

Ambientalistas criticam projeto de hidrelétrica da Votorantim na divisa com PR, onde há cavernas e quilombolas

Empresa está prestes a conseguir licença para construir represa de Tijuco Alto, processo que se iniciou em 1989

DO ENVIADO A MIRACATU (SP)

A ação da Votorantim no rio Juquiá atraiu elogios de ONGS ambientalistas, e uma delas, a Conservação Internacional, está negociando uma parceria no projeto. As duas organizações mais atuantes no Vale do Ribeira, porém, criticam a intenção da empresa de construir uma hidrelétrica em Tijuco Alto, a oeste, na divisa com o Paraná.

"Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa", diz Márcia Hirota, diretora da SOS Mata Atlântica. "O fato de eles estarem preservando essa área rica em diversidade é algo que deve ser valorizado e reconhecido. Mas em Tijuco Alto nós já nos posicionamos contra o projeto da usina, em razão do patrimônio cultural das comunidades que vivem lá e do o patrimônio espeleológico."

A existência de uma caverna na região, a Gruta do Rocha, e a presença de terras quilombolas demarcadas rio acima foram parte daquilo que atrasou o processo de licenciamento da usina, que se iniciou em 1989. Após concluir audiências públicas que convenceram moradores da região sobre benefícios do projeto (a contenção de enchentes na região) e de projetar uma obra de bloqueio para evitar inundar a caverna, a empresa aguarda agora uma resposta final do Ibama sobre o licenciamento.

As mudanças de projeto, porém, não persuadiram todos os ambientalistas.

"Aquela região tem um solo muito poroso, e ainda temos dúvida sobre se essa proteção é suficiente para não inundar a caverna", diz Nilto Tatto, coordenador do programa Vale do Ribeira no Instituto Socioambiental.

Lideranças quilombolas da região, além disso, questionam a legitimidade das audiências públicas.

Osvaldo dos Santos, representante quilombola no Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) mora no Quilombo de Porto Velho, perto da área de alagamento, e promete protestos caso o Ibama libere a usina. "A gente não abre mão de poder navegar aqui com as canoas", diz. Segundo Santos, o maior temor é o de que Tijuco Alto abra caminho para outras três usinas que o governo planeja conceder no Ribeira. (RG)


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