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Boneco 'cardíaco' treina alunos de medicina na USP de Ribeirão

Importado dos EUA, protótipo 'Harvey' pode simular 33 doenças

JULIANA COISSI DE RIBEIRÃO PRETO

O trabalho de encontrar pacientes que sejam voluntários em aulas de cardiologia está perto do fim na USP de Ribeirão Preto. A solução atende pelo nome de Harvey.

Trata-se de um boneco com reações sofisticadas, que simula pulsação e problemas cardíacos em diferentes intensidades e locais do corpo, para apontar possíveis doenças cardiovasculares.

Com esse grau de reações, o protótipo, importado dos EUA, é o primeiro a funcionar no país, de acordo com o Hospital das Clínicas de Ribeirão.

Outros três modelos devem ser instalados até o final do ano em faculdades de Fortaleza, Salvador e Porto Alegre.

Harvey, em funcionamento há um mês, foi assim batizado como referência a William Harvey, um dos mais importantes estudiosos do sistema circulatório.

O protótipo fala e vê: sua "voz" é a do professor, que, em outra sala, orienta o aluno observado pelos "olhos" do boneco.

O simulador custou US$ 50 mil, financiados pela USP, e é capaz de simular 33 tipos de doenças. Harvey não é usado para ensinar o aluno a entubar o paciente ou a operá-lo. Ele é útil para uma etapa anterior, a do diagnóstico da doença cardíaca.

A diferença do protótipo para tantos outros bonecos já em uso nas aulas de medicina está na sutileza e quantidade de sinais do sistema circulatório que ele demonstra, diz Antonio Pazin Filho, coordenador da unidade de emergência do HC e chefe da divisão de emergências clínicas.

"Há bonecos que mostram sopro no coração ou pulsação, mas de um jeito óbvio. O Harvey pode nos mostrar casos mais raros", diz Pazin.

De acordo como é programado, Harvey pode simular sopro em diferentes posições do coração e do corpo, com intensidades distintas.

O sopro é uma indicação para diversas doenças, como as das válvulas cardíacas ou sequelas de febre reumática.

Para mostrar, por exemplo, que um coração está se dilatando, sinal de uma anomalia, o coração de Harvey passa a bater mais forte não na altura do mamilo esquerdo, como é comum, mas sim na chamada "ponta do coração", na lateral do corpo.

A pulsação pode ser sentida no braço, no pulso e na carótida, no altura do pescoço.

SONS DO 'CORPO'

Outra vantagem é que acompanham o boneco dez estetoscópios eletrônicos, de modo que, quando o professor ausculta seu "corpo", os alunos podem ouvir o mesmo som simultaneamente.

O Incor de São Paulo informou não ter boneco parecido. O Instituto de Cardiologia do Distrito Federal disse ter bonecos de modelos mais simples e um chamado ALS Simulator, com simulações de vômito, sangue e outros sinais de emergência.


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