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Governo atrasa o pagamento de bolsistas na Irlanda

Alunos de programa que envia brasileiros para o exterior estão há dois meses sem auxílio-alimentação

Ciência sem Fronteiras, programa lançado por Dilma, concede bolsas de graduação e pós-graduação no exterior

GIULIANA MIRANDA DE SÃO PAULO

Bolsistas do programa Ciência sem Fronteiras na Irlanda estão sem receber o auxílio para alimentação desde dezembro. É o segundo atraso enfrentado por estudantes naquele país em menos de seis meses.

A reportagem identificou pelo menos vinte alunos que estão com problemas no benefício. Postagens com reclamações em redes sociais, no entanto, indicam que a quantidade de estudantes prejudicados pode ser ainda maior.

Segundo o site da Capes, cerca de 1.200 bolsas já foram implementadas na Irlanda, mas não é possível saber quantos alunos estão atualmente estudando no país.

Lançado em 2011, o Ciência sem Fronteiras é um dos principais programas da área educacional da presidente Dilma, e tem o objetivo de internacionalizar a pesquisa no Brasil. A meta é conceder 101 mil bolsas de graduação e pós-graduação até 2015. Além de enviar alunos para outros países, o programa também busca fomentar a vinda de pesquisadores estrangeiros.

No exterior, os alunos recebem uma bolsa para estudar no país e uma verba para a alimentação.

Em janeiro de 2013, a Folha revelou que alunos do programa na Universidade de East London, no Reino Unido, estavam havia cinco meses sem receber o auxílio alimentação de £ 400. Situações semelhantes se repetiram em outros países da Europa.

A verba é repassada pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de nível Superior) para um parceiro no exterior, que faz o pagamento aos estudantes.

Para alunos que chegaram à Irlanda em setembro do ano passado, o auxílio alimentação, que deveria ser mensal, só foi pago em dezembro, com os valores retroativos desde o mês de chegada.

Após esse repasse inicial, mesmo com a promessa de que a situação se normalizaria, o atraso se repetiu.

E, mesmo sem receber, os estudantes foram informados de que o auxílio sofrerá uma redução de 25%, passando de € 400 para € 300 por mês.

A aluna Miriane Fernandes, 28, diz que já está sentindo na pele a falta do auxílio alimentação. Enquanto a verba não vem, ela está usando o dinheiro de sua bolsa de estudos, além de um auxílio da família no Brasil.

"Não sei como vou fazer quando a bolsa acabar, porque não temos ideia de quando vamos receber e não dá para a minha família ficar me bancando aqui", diz ela, que estuda ciências biológicas no Instituto Tecnológico de Sligo, na costa oeste da Irlanda.

"Ainda não está faltando dinheiro, mas já não tenho mais de onde economizar. Já estou comprando tudo do mais barato", diz outra aluna que não quis se identificar.

Entre os bolsistas ouvidos pela reportagem, uma reclamação é unânime: a dificuldade de comunicação com a organização do programa.

"Somos ignorados pelos técnicos quando o assunto é auxílio alimentação", diz.

OUTRO LADO

Por meio de sua assessoria, a Capes disse que o pagamento foi regularizado, o que os alunos negam. "Segundo informações do parceiro estrangeiro, o pagamento já foi regularizado. A demora ocorreu devido aos trâmites internacionais de recebimento e pagamento das faturas".

Quanto à redução no valor do auxílio, a coordenadoria informou que o valor de € 300 mensais foi estipulado após uma avaliação do HEA (Higher Education Authority, órgão responsável pela administração do programa na Irlanda) sobre o custo de vida nas referidas cidades".


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