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Reality show ajuda a diminuir taxa de natalidade nos EUA

Programa mostra as dificuldades da gravidez na adolescência

GUILHERME CELESTINO DE SÃO PAULO

Programas de reality show na maioria das vezes são sinônimos de má qualidade e pessoas em situações vergonhosas, mas, nos EUA, um reality show da MTV está apresentando resultados nobres: ajudar a diminuir a taxa de natalidade entre adolescentes.

Desde o início do reality show, em 2009, "16 and Pregnant" (Grávida aos 16), que acompanha adolescentes do sexto mês de gravidez até três meses após a gestação, ajudou a diminuir a taxa de natalidade entre adolescentes segundo estudos da organização privada National Bureau of Economic Research (Escritório Nacional de Pesquisa Econômica).

A taxa, que diminuiu em média 2,5% ao ano entre 1991 e 2008, passou a diminuir em média 7,5% ao ano entre 2009 e 2012.

O estudo feito por Phillip Levine, do Wellesley College, e Melissa Kerney, da Universidade de Maryland, relacionou a maior diminuição do número de adolescentes entre 15 e 19 anos que engravidaram no período pós-2009 com dados do Nielsen ratings (similar ao Ibope), do Google Trends, do Twitter e do número de nascimentos dos EUA.

A pesquisa mostrou que houve uma maior procura no Twitter e no Google por termos como "anticoncepcionais" e "aborto" nos Estados onde o programa era mais popular, com aumento de 13,7% na procura do termo "controle de natalidade" na rede de microblog, por exemplo.

Para os pesquisadores, a exposição ao programa alterou a busca pelos assuntos relacionados ao controle de natalidade na internet.

"Apesar dos dados, nós não temos evidências de que as jovens estejam usando mais contraceptivos ou fazendo abortos, mas como os abortos nos EUA estão diminuindo entre adolescentes, acreditamos que estejam usando mais contraceptivos", afirmou Levine à Folha.

IMAGEM DA MULHER

Levine disse que quando foi ao ar, o show causou muita controvérsia, pois parte da opinião pública acreditava que ele poderia glamorizar a gravidez na juventude.

Ao contrário, diz o pesquisador, o show descreve a jovem grávida com relacionamentos instáveis e dificuldades familiares. "A mensagem passada pelo show é a de uma narrativa que outras adolescentes não querem imitar", disse.

Apesar dos efeitos positivos do programa, a produtora Kat Keene Hogue, que trabalhou no "16 and Pregnant", acredita que a imagem da mulher nesse tipo de reality show pode acabar sendo "desumanizada".

"Acredito que a realidade dessas mulheres nesse tipo de reality shows não deveria ser menosprezada, mas a audiência tem a ideia de que pode olhar com superioridade para aqueles que participam de reality shows", diz Hogue.


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