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Personalidade afeta papel de aranha em colônia

Para cientistas, aracnídeos dóceis e agressivos têm funções diferentes na comunidade

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um novo estudo realizado por cientistas da Universidade de Pittsburgh nos EUA e publicado na revista científica "Pnas", mostrou que não são apenas as características físicas de aranhas e formigas que as levam a exercer um determinado papel na colônia.

A personalidade também pode influenciar na função que cada indivíduo tem dentro da comunidade.

O experimento consistiu na análise do comportamento de aranhas fêmeas da espécie Anelosimus studiosus, que podem ser mais dóceis ou agressivas. O estudo se baseou em quatro tarefas essenciais para a manutenção da colônia: captura de presas, construção da teia, cuidado parental e defesa da colônia.

O resultado foi que fêmeas agressivas realizaram com mais frequência tarefas como defesa da colônia, captura de presas e reparo da teia, enquanto fêmeas dóceis realizaram mais cuidado parental.

"Nossos resultados talvez tenham demonstrado o caso mais claro de relação entre as aptidões de um indivíduo e sua especialização para realizar uma tarefa", escrevem os pesquisadores.

Segundo eles, a implicação da pesquisa pode ir além das aranhas. "A personalidade pode ser uma poderosa força organizadora para diversas comunidades animais."

Os autores argumentam que esse fenômeno observado nas aranhas pode ajudar a entender a divisão de trabalho em outras espécies.

"A conexão entre as atividades usualmente desenvolvidas por indivíduos de cada fenótipo [agressivo ou dócil] e sua eficiência na realização dessas atividades são as grandes novidades da pesquisa", explica o biólogo Marcelo Gonzaga, da Universidade Federal de Uberlândia.

"A ideia de que aranhas podem ser animais sociais' já existe desde a década de 1980, mas recentemente se tem obtido cada vez mais avanço nessa área, com a publicação de novos trabalhos."

Os autores sugerem ainda que as teorias clássicas de divisão do trabalho desenvolvidas no contexto das castas devem ser revistas e abranger uma gama muito maior de espécies animais.

A ressalva da pesquisa é que ainda não se sabe até que ponto os indivíduos com personalidades diferentes já nascem com habilidades inatas diferentes ou se as aptidões se desenvolvem conforme o animal amadurece.


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