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Foco

Luva especial para autoexame dos seios causa polêmica no Reino Unido

Reprodução
Mulher demonstra a luva de poliuretano BE gLOVE em vídeo; no detalhe, outra cena mostra como vestir o acessório; fabricante diz que luva seria tão eficaz quanto mamografia, o que causou polêmica
Mulher demonstra a luva de poliuretano BE gLOVE em vídeo; no detalhe, outra cena mostra como vestir o acessório; fabricante diz que luva seria tão eficaz quanto mamografia, o que causou polêmica
DÉBORA MISMETTI EDITORA-ASSISTENTE DE “CIÊNCIA+SAÚDE”

Organizações que arrecadam fundos para pesquisas sobre câncer de mama no Reino Unido protestaram nesta semana contra um novo produto que promete aumentar em 15 vezes a sensibilidade das mãos na hora de realizar um autoexame para detectar nódulos nos seios.

A chamada BE gLOVE é uma luva de poliuretano revestida, por dentro, com um óleo mineral. Segundo os fabricantes, a luva aumenta a sensibilidade aos nódulos porque o material "segura" a pele no lugar, impedindo os dedos de afastar os caroços na hora do toque.

Os fabricantes citam um pequeno estudo com 130 mulheres para dizer que o produto, vendido no Reino Unidos pelo equivalente a R$ 81,50, permite identificar 100% dos nódulos nos seios, com eficácia similar à dos exames de mamografia.

A ONG britânica Breast Cancer Campaing fez um apelo às mulheres no jornal inglês "Daily Mail" para que não usem acessórios como a luva BE gLOVE como substitutos para a mamografia.

Não é a primeira vez neste ano que aparece um produto para "aprimorar" o autoexame dos seios. Um anúncio de uma lanterna (Breastlight, R$ 280) que, encostada na pele, permitiria ver anormalidades dentro do seio foi banido no Reino Unido no mês passado.

Para o oncologista clínico Rafael Kaliks, diretor científico da ONG Oncoguia, o anúncio da luva é antiético por se basear em uma pesquisa sem rigor científico. "A mamografia reduz a mortalidade por câncer de mama em 10% a 20%. Não há dados que justifiquem substituí-la."

A mastologista Maira Caleffi, presidente da Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama), diz que não adianta investir em um acessório enquanto fatores de risco para o câncer, como obesidade, avançam. "Isso tudo é para ganhar dinheiro às custas da doença."


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