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EUA aposentam chimpanzés de laboratório

Uso dos primatas em pesquisas financiadas pelo governo será restrito ao mínimo; ativistas comemoraram a decisão

Das centenas de animais usados em pesquisas, só 50 ficarão disponíveis; os demais vão para um santuário

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, que compõem a agência nacional de pesquisa médica, vão praticamente abolir o uso de chimpanzés em pesquisas médicas financiadas pelo governo federal.

Os EUA são o único país industrializado que ainda permite pesquisas invasivas com esses primatas. No Brasil, isso é proibido.

Com exceção de um grupo de 50 chimpanzés, que será usado em pesquisas comportamentais e como reserva caso sejam necessários outros estudos, a agência decidiu aposentar os outros cerca de 400 animais.

Estima-se que haja hoje em torno de 950 chimpanzés participando de pesquisas em território americano. Os primatas são usados sobretudo em testes para a criação de uma vacina contra a hepatite C e a Aids.

VALIDADE PARCIAL

A decisão de interromper o uso dos chimpanzés só vale para as pesquisas que recebam financiamento do governo. Enquanto não houver uma lei federal que proíba o uso desses grandes macacos, os estudos conduzidos com financiamento privado poderão continuar.

No entanto, tem havido uma pressão crescente para que o uso de chimpanzés seja banido por completo.

A decisão dos institutos seguiu uma recomendação do IOM (Instituto de Medicina do Governo Americano), que produziu um documento com 84 páginas sobre o assunto, publicado nesta semana.

Em um extenso trabalho de revisão das pesquisas americanas, o grupo concluiu que a maioria dos estudos médicos que hoje contam com a participação de chimpanzés poderia ser feita sem eles.

Em entrevista coletiva na qual explicou a decisão, Daniel Geschwind, membro do grupo de trabalho dos Institutos Nacionais de Saúde que avaliou a questão, disse que serão usados "outros modelos animais e outras maneiras de conduzir os estudos", sem prejuízo nos resultados.

O parecer do Instituto de Medicina diz ainda que esses primatas só podem ser usados em pesquisas muito específicas e seguindo uma série de parâmetros rígidos. Um exemplo é a necessidade de manter os animais em grupo de pelo menos sete, além de prover espaço suficiente para que eles se movimentem, brinquem e escalem.

A maioria dos chimpanzés libertados vai para o Chimp Haven, um santuário dedicado ao acolhimento da espécie construído na Louisiana.

Os primeiro grupo, de nove indivíduos, já chegou ao local. Espera-se, para os próximos meses, que pelo menos mais cem chimpanzés sejam transferidos para lá.

DIREITOS ANIMAIS

Ativistas dos direitos animais comemoraram a decisão dos cientistas ligados ao governo americano.

"Finalmente, nosso governo federal entendeu: um chimpanzé não deve mais viver em um laboratório tanto quanto um humano não deve viver em uma cabine telefônica", declarou a ONG Peta (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais), em um comunicado.

No entanto, houve críticas à manutenção dos 50 chimpanzés que ainda serão usados e pesquisas.

Kathleen Conlee, da Humane Society nos EUA, foi uma das que protestaram. "Mas estou feliz por eles deixarem claro que esses animais devem ser mantidos em condições de vida muito melhores das que eles têm hoje."


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